domingo, 28 de dezembro de 2008

Gotas Que Escorrem

Gosto da cor das gotas de sangue,
Escorrendo delicadamente sobre a pele.
Fazem cócigas!
Como se de simples pétalas de rosa tratassem,
Ou lágrimas da face jorrassem...
Caindo também elas no frio do esquecimento,
Sem teus ombros que as amparassem.

Paixão Nocturna

Como é bom abrir a janela...
Deixar o ar fresco e húmido da noite entrar como nevoeiro misterioso.
Sentir os cheiros, um de cada vez e depois tentar misturá-los novamente num só aroma.
Como é bom sentir que o escuro nos acolhe e o silêncio da noite nos cobre de mistério e tranquilidade.

A Mulher

Vejo uma mulher de cabelos soltos,
Caminhando na minha direcção.
De atenção distraída cruza a rua para o outro lado.
Misteriosa, parece meditar em seus pensamentos.
Vira a esquina, não a vejo...
Deixei de a ver, onde irá?...
Já não sei dela, nem de seus pensamentos...
Provavelmente nunca soube de ambos.

Veneno

A vida morre à minha volta.
Triste vejo definhar o que é belo para mim...
Não consigo salvar-te.
Minhas palavras não chegam...
Sozinho, assisto friamente à tua própria destruição.
Este veneno que nos envolve,
Queima a pele por dentro
Infestando nossos corações,
Cansados de tanto esperar.
...
Porque choras tu?
Tão delicada...
Tão fraca existência.
Porque pereces tanto de um sentido para a vida?

Perdes-te na escuridão,
Por vezes sem pensar
Que tens todo um mundo lá fora.

As trevas são um refúgio,
Para quem não tem coragem
De encarar a realidade.
Porque me mentes quando eu sei da verdade?
Porque foges assim de mim e da felicidade?
Nunca te quis mal...

Absurda Tentativa

Escrevo inultimente as incertezas da minha vida.
Como um ritual para a minha fraca existência,
Numa absurda tentativa de gravar tão voláteis pensamentos.

Mentirosas Certezas

Não confio em certezas...
Pois certezas, são mentiras no meio de inconstantes verdades.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Eco Da Solidão

Sinto o eco da solidão
Bem no fundo do meu coração.
Preciso da tua atenção
Da intensidade toda de um re-encontro.
O desembrulhar de uma ilusão
Que se constrói todas as noites ao adormecer
E que se alimenta da esperança todos os dias ao acordar.
Como é bom sonhar,
E terrível acordar...

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Wings of Angel

The stars born in the night, just for you.
The ocean and the sky, colored with blue.
Grey days of rain, when you need to cry.
Sometimes, when you're lost, wings of angel to fly.

sábado, 20 de dezembro de 2008

Não Estou Sozinho

Estás em todo o lado para mim
Onde quer que eu olhe
És tu que vejo
Onde quer que esteja
Não estou sozinho.

Mesmo que um dia me abandones,
Vais continuar para sempre
No meu coração...

Juntos No Sonho

Tive um sonho
O sonho de uma paixão
Tu davas-me a mão
Voavamos com asas de amor
Juntos no sonho
Eramos felizes
Temos de ser sonhadores
Pois o sonho,
É a chave para a realidade.

Sonho Por Acreditar


Entristeço-me com a existência
Esqueço por vezes a tua presença
Que o maior tesouro está comigo
Que te tenho para mim
Que eu te amo e tu me amas
Que a nossa compreensão,
Vai muito além de qualquer problema ou tristeza
Que me perco a olhar para ti
A admirar a tua beleza.
Como me extasio com o calor do teu corpo,
O teu abraço forte
E as carícias ao luar.
Como é bom poder te beijar
Como estou errado,
Tendo-te a meu lado
E ainda assim pensar,
Que a vida é triste
Em vez de simplesmente
Me entregar...

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

A Sós

Do outro lado da serra
Olhando a noite obscurecida pela beleza invernal
Padeço do teu calor
Do teu olhar ternurento
Desenterro do coração os beijos
As memórias felizes de ti e de nós
Juntos não estamos sós
Mas ao mesmo tempo,
Temos o mundo por inteiro
Só para nós
Enquanto a lua vagueia pelas estrelas
Enfeitiçando os meus pensamentos
Recordo os momentos
Que partilhámos os dois
Com saudade liberto a lágrima
Que o coração deixou escapar
Sem olhar para trás
Idealizo o nosso momento
O nosso mundo outra vez
Consagrado no tempo
Nós dois novamente
A sós...

Triste Vida

Triste vida...
Porque a desejo tão curta?
Porque tento encurtar uma morte
Que se apresenta lenta e dolorosa?
Porque tento escapar tão desesperadamente
Desta minha maldição?
Triste vida...
Uma perda de tempo!
Enquanto as folhas caiem
Os teus olhos brilhantes embaçam
O teu sorriso desvanece
O amor turva
A razão enlouquece-me
E os humanos desiludem-me.
Triste vida...
Apático,
Vejo o mundo destruir-se à minha volta.
E então pergunto-me...
No fim, se tudo isto, realmente importa...

Jazigo

Deitado sobre o meu jazigo
Num dia marcado pela minha solidão
Vejo flores caídas sobre a terra escavada,
Anjos e inscrições sentidas,
Anoitece...
Esquecido gelo ao frio.
Será possível amar do outro lado?
Será a morte uma barreira imposta?
Senti toda a minha vida,
Hoje não tenho que chorar.
Este fim, é o realizar completo da minha existência.

Momentos Perdidos

Ofereces-me feridas todas as semanas
Novas lágrimas todas as noites
Sozinha contemplas com desespero a minha morte
Deixas caídas letras e rosas jamais oferecidas
Não chores quem nunca te abandonou
Não chores quem nunca viveu de todo
Pois agora, não é a morte que nos separa...
Chora antes a distância,
A frieza do toque ausente,
A lembrança dos beijos sentidos,
O aroma e olhar nos momentos,
Para sempre perdidos...

domingo, 14 de dezembro de 2008

Semente

Eu sou a semente;
Que espera por germinar
Quando o mundo lá fora me abraçar
Quando a compreensão surgir em chuvada
E o sol se esconder na enseada.

Eu sou a semente;
Que esconde todos os seus desejos
Que se fecha dos perigos lá fora
Que permanece no escuro
Para quando surgir a oportunidade
Renascer para a luz.

Eu sou a semente;
Que definha a cada dia que passa
A cada ausência de um sorriso teu
A cada espera por um abraço sentido
Talvez deva permanecer em latência
Apodrecendo sem esperança
Um abraço, um beijo...
Poderão nunca chegar.

Eu sou a semente;
Que pelos vistos não irá germinar...

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Tempo Incerto

O tempo incerto
Mistura as histórias passadas
Deitado revejo o mundo
Fechado no espaço presente
Realizo o destino que me cerca.

Despertas

Despertas em mim algo de novo
Tornas viva uma nova esperança
Re-acendes de novo o meu coração
Trazes uma nova alegria à minha vida
Novo é isto tudo que vivêncio.

Arrepio de Felicidade

É um sonho tão real
Que me arrepia de felicidade
Uma esperança que cresce a todo o momento
Uma dúvida que desaparece
Com a tua presença
Com o teu sorriso rasgado
Uma visão nova da existência
A cor que aparece no mundo,
Colorido pela tua mão
Um auge atingido por nós dois.

Clareira Silênciosa

Sobre esta clareira silênciosa
Suspiras de desejo
A silhueta do teu pescoço
Reflectindo teus olhos brilhantes.
Sinto o cheiro no ar
Trazido pelo vento nocturno
Juntos trocamos sensações.

Inquietude

Descrevo a inquietude dos sentimentos
Contorno intelectualmente as emoções
Escondo e tento lidar com a incerteza.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Alucinação Sangrenta

Sinto a agonia de saber
A alucinação de sonhar
A malícia de ser.
Sangrenta obsessão de matar.
Num mundo desconfiado
Tento eu a minha sobrevivência
Destruir e não ser apanhado
Eis a minha sapiência.

Afogado

Destruo-me lentamente
Esperando um fim demorado
Inspiro a toxina da vida
Afogado no próprio passado
Preso sem almejar um fim
Dissolvido neste passo de espera
Queria ter um tempo sossegado
E ter a morte?!
Quem me dera...

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

"Auto-psicografia"

As minhas noites são; ouvir música e contemplar a existência, sentir que na realidade existo e tudo o que me envolve...
Tocar guitarra clássica e eléctrica, explorar a infinidade de sons e melodias que me abraçam na melancolia de sentir...
Gosto de ver o mundo na sua realidade, na sua podridão e indiferença e ao mesmo tempo quando preciso, de o enfeitar com um olhar diferente para no fim o transcrever nos versos que inutilmente componho, na forma de estar que tento esconder ou no modo como sinto e tento viver...

domingo, 30 de novembro de 2008

Tremo

Inspiro cautelosamente o ar gelado
Expiro toxicamente depois de respirado
Tremo as mãos que seguram esta flor congelada
Ainda assim não me cai
Está colada..
Negra da triste falta de calor
Dos raios da estrela que dita os dias
Enfeitiçada agora pela luz da lua
Que dita as noites
Numa beleza perene como as pétalas
Que se queimam com o frio desta noite
O cuidado é pouco
O frio é muito
Tremo ainda e os espinhos espeto
O sangue seca sem cair
Morto como um cadáver insisto
Preso a este corpo
Sem esperança desisto.

Valerá a Pena?!...

Num mundo repleto de dor
Onde todos lutamos por sobreviver
Conquistar mais uns segundos de existência
Que no fundo não valem a pena
Percepcionamos o que nos rodeia pelos sentidos
Iludidos com a compreensão da vida
Num turbilhão repleto de incertezas
Definhamos para um descanso maior
Uma quietude sem fim,
Sem importância...

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Não Percebo

Quando é a magia que dá vida à minha existência
E ela um dia simplesmente desaparece
Faz-me sentir um vazio
Uma incerteza e frustação
Que aconteceu entretanto?
Pergunto eu...
Já não sei viver sem essa ilusão
O conforto que tinha desapareceu
Uma parte de mim morreu
A melhor que possuía
Num instante se desvaneceu
Gostava tanto de compreender
Perceber a razão de tal mudança
Que faço agora da minha vida
Como devolver o encanto inicial
Que já era para mim essêncial
Talvez deva fechar os olhos
E acreditar novamente
Desligar de mim e do que me envolve
E renascer de novo com o encanto
Ou perceber que tal magia
No fundo nunca existiu
Que só me resta afogar nos vícios
Sofrer nas dúvidas e angústias
O que vivi e não voltarei a sentir
Agora com uma nova visão do mundo.

Propósitos

São dias
São noites
Instantes passados
Só a brisa fria,
Arrepiante...
Faz sentir que existo
Só os sentidos me denunciam
Neste meu casulo existêncial
Não existe propósito algum
Só esta rudimentar vivência
Uma esperança,
Que permanece em latência...

sábado, 22 de novembro de 2008

Visão Terrível

Porquê esta visão terrível do mundo
Das pessoas e do futuro imundo
Condenado com a tristeza de ver
Abençoado com o conforto de chorar
As lágrimas que embaçam a triste aparência
Dão no fim um novo entendimento
À ilusão criada pelos sentidos
Amaldiçoado neste mundo cheio de feridos
Perco-me sem perceber a real origem
Deste abismo que me provoca tal vertigem.

Versos Sem Nexo

Vagueio no silêncio da noite
Tranquilo por fora
Receoso por dentro
Fixo o olhar no vazio
Sinto o pensamento
Centrado no desafio
Quase sem forças
Novamente tento
Sonho...
Caio nos mistérios da vida
O fascínio da existência
A procura de um sentido
Extasiado pelas descobertas
O mundo que tento explorar
Com uns novos olhos
Uma nova forma de sentir
Tento procurar e descobrir
Enquanto o tempo passa por mim
Algo me impele a seguir
Ainda assim, sem saber porquê...

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Despair

I just see death around me
Sickness and sorrow
All above me
And I suffer every nights
Thinking why
Until I'm gone...

Morte e Vida

Será que gosto do sofrimento?
Uma vez que espero a morte,
Em vez de a convidar a levar-me hoje?
Talvez ame tanto a morte como a vida...

Purpose?

Nothing have purpose
Love is empty
I don't smile anymore
My light is forever gone
With you...

sábado, 8 de novembro de 2008

Gota de Sangue

Deixo uma gota de sangue em cada poema
Um batimento de coração em cada palavra
Do interior mais profundo do meu ser
Para a tua alma...
Um mundo sem ilusão
Tento eu transmitir
Para os que sabem apreciar a escuridão
E ainda assim com a morte à espreita,
Sorrir...

Chove-me na Cara

Chove-me na cara
Chove-me no corpo
E a chuva desliza-me pelo rosto
Frio e gelado
Frio pelo tempo passado
O sino da Igreja toca imemoriável
As nuvens se fecham e o sol é esquecido
Caindo lágrimas pelo que foi sofrido
O escuro e gelado de trevas
Enaltecem-me o lado da escuridão
O ódio que sei ter de ante-mão
Que exprimo em cada olhar
Noutro ser com que me cruzar
Vocalizações de dor e frustação
Escapam-se de mim ruidosamente
Um apelo aos vultos que me rodeiam
E sugam a minha esperança
Que tento semear todos os dias
Mas que definha quando nasce a noite
E morre o dia...

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Palavra de Adonay

O livro de mentiras e atrocidades
Criado por loucos controladores
Ainda infectam majestosamente a mente
Dos ignorantes da verdade
Pensando serem detentores da salvação
Definham em histórias e crenças inúteis
Acreditando numa existência impossível
Amaldiçoados pelo controlo de massas
Seguem como rebanho para o matadouro
Que o conhecimento seja revelado
Finalmente para o mundo
Como é possível ainda permanecer
Na nossa nova civilização
Um conceito tão absurdo
Matem de vez este deus
Que na verdade nunca existiu.

Sopro de Vida

O vento sopra como uma flauta
Sobre estes ramos enegrecidos
Despidos de vida
Componho melodias
Crivando cordas vibrantes
Seguindo o ritmo da floresta
Meu lar de refúgio e contemplação
Reparo atentamente
Nos ecos silenciosos
Na respiração das folhas
E na transparência do riacho
Que corre ligeiro pela montanha
E acalma por fim
No leito do mar.

Choro da Terra

A terra chora
Em dor e agonia
Nós próprios criamos
Os seus soluços
As suas lágrimas
Temos de também criar
Nos tempos que correm
Uma urgente saída
Para o desespero da terra
Que se abram as nuvens
As poeiras e os gases venenosos
Para que o sol brilhe de novo
E seja possível uma nova esperança.

Mistério Assombrado

O estado de perfeição da consciência
É perceber o início e realizar o fim da existência
É ser capaz de antever
Percepcionar o tempo que resta
Curto e limitado
Que ainda assim permanece para muitos
Um mistério assombrado
Difícil de explicar
Temo que seja o fim
Não existam flores nem aromas primaveris
Depois do fechar de olhos completo
Que a morte seja apenas o definhar de um dejecto
Que depois da cruz carregada ao longo da vida
Não haja nova esperança, carinho e afecto
Que me torne apenas uma campa esquecida.

Flagelado

Enterrado vivo todos os dias
Numa nova celebração
Num novo funeral
Queimem incensos
Deixem flores coloridas
Que murcham com o tempo
Que secam com a minha dor
Não se despeçam de mim
Também serão flagelados
Ao som das trompetas
Se abrem as portas do céu
Mas eu permaneço aqui
Preso a este cadáver esticado.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Tons Castanho

Vejo o sol querendo esconder-se
Nesta tarde amena de outono
Sinto o inverno perto
Mas os tons castanho e amarelo
Ainda predominam na natureza recolhida.

Shamain

O outono chega com o brotar desta castanha
No cimo desta árvore majestosa
Aves tímidas chilreiam à tardinha
Sobre os campos doirados
Aquecidos pelo sol que agora se esconde sem vontade
E a lua teima em não aparecer para já.

Percursão das Folhas

Pelo caminho da floresta
Contemplo o espírito do fogo incandescente
Como o sol brilhante no céu
A mãe terra que me sopra a face
Sobre estes campos verdejantes
E a água que corre sobre a rocha fria
Sinto o respirar das árvores
E a percursão das folhas que o espírito do ar acaricia
A fogueira mantém a noite iluminada
Como a lua que marca as marés do oceano
Naqueles dias em que me abrigo da chuva
E deixo as nuvens passarem
Num compasso digno de contemplar
Nesta minha tão curta existência.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Escuro

Escuro é o meu caminho
O caminho para o isolamento
Uma necessidade que permanece
Um acto de desespero
Um choro na noite
Apenas eu e os fantasmas da consciência
Uma luta sem fim para os afastar
Sem demora um grito de fora
Um gemido inalcançável
O assombro dos medos mais sombrios
Concentrados num só tormento desolador.

Existência Sem Explicação

Uma existência sem explicação
Um cadáver sem coração
Uma mente perturbada
A criação de uma sociedade egoísta
Imparcial e falsa de espírito
Fria como um manto de inverno
A geada da compaixão
Como se deambulasse eternamente na noite
Perco-me nos pensamentos
Na tentativa inútil de alcançar
As respostas da existência
Um sofrimento de carência
Algo que falta e não se sabe.

Libertação do Vício

Nada é mais perfeito
Que uma ferida aberta
Uma lâmina cintilante
Um sorriso cortante
Uma dor fina e propositada
Um traço de sangue
Uma dor planeada
Uma dor e ao mesmo tempo
Um prazer na pele
Uma libertação peculiar
E sem explicação
Única e prazerosa
É ténue pois
A barreira entre a dor e o prazer
Entre a libertação e o vício
Pois na escravatura do vício
Se encontra a libertação do racional
E no corte a libertação do bem
Pelo êxtase do mal.

Re-encontro Existêncial

O mundo luta contra mim
Destrói-me os sonhos de infância
Destrói a minha única esperança
A razão de viver sem medo
Cada vez mais percebo
As desilusões que me assolam
E os fantasmas que me consolam
Neste espaço vazio de mim
Agora percebo o problema da minha existência
Sou um cadáver deambulante
Uma alma por aqui errante
Que teme o conforto da felicidade
O gozo da dor me acompanha eternamente
Desejo as lágrimas que liberto
Desejo a dor que sinto
Desejo a desgraça do meu nascimento
E a maldição da minha vida
Tenho o obscuro porque desejo
Porque no fundo preciso de sofrer
Preciso de sentir as feridas bem fundo
Que sangram da minha alma
Que sangram do fundo do meu ser
Preciso de sentir o êxtase do sofrimento
Porque só a dor me faz sentir vivo
Só o sangue que escorre me prova
Minha própria existência
Mostra-me que não é um sonho
Sou eu
Sou real
A mágoa e a agonia que me sai do peito
Mostra que não sou ilusório nem perfeito
Apenas eu e mais nada
Tão perene como a geada
Fria e breve da madrugada.

domingo, 19 de outubro de 2008

Partiste Sem Mim

Partiste sem mim
Abandonaste-me neste buraco sem fundo
Desapareceu contigo a luz da minha vida
E a morte se apresenta deleitosa
Porque sem ti a vida parece dolorosa
Porque não valorizo a minha existência
Porque não aguento mais a tua ausência
Deixa-me ir ter contigo
Deixa-me seguir a luz que me iluminou
Como a traça que voa em direcção à janela
Por favor abre-a para mim
Não sei por quanto tempo mais 
Irei aguentar sozinho lá fora.

sábado, 18 de outubro de 2008

A Minha Vida

A minha vida é o céu da noite
A minha vida é a lua que me guia
É o brilhar das estrelas
Pois muitos querem ser o sol da tarde
Mas eu quero ser a lua que ilumina
Apenas os momentos mais escuros da vida
A minha vida é o sonho
É a esperança que luta com a realidade
É uma busca tonta pela felicidade
A minha vida é procurar aquele riff perfeito
É olhar para ti e contemplar o teu jeito
A minha vida és tu
Sou eu e somos nós.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

União Ardente

Sobre a palidez do teu olhar
Perco-me e ponho-me a sonhar
Um beijo, uma carícia
Em movimentos subtis
Uma união ardente
Saboreando o sangue dos lábios
Sacio de mim o instinto animal
Sinto-me selvagem mas imortal
Como se o momento fosse para sempre
Mas o fim se aproxima
Com os olhos vazios de vida
Cai o corpo frio no chão
Uma vida perdida
Para sempre esquecida
E arrancada do coração.

Vivo Sentindo

Eu vivo sentindo
Preciso de me desligar das obrigações
Quero ser eu e impor-me a mim mesmo
Comprometer-me a seguir as emoções
Exprimir os sentimentos
Que me passam nos momentos
Em que o silêncio é meu companheiro
E o vento me acaricia a face ligeiro.

Adeus

O teu cadáver pálido e frio
Jaz sobre esta pedra gelada
Meus olhos turvam
E ainda não consigo acreditar
Estou sozinho e tua alma perdida
Jamais por mim esquecida
Sobre o véu que te cobre a face
Que outrora transpirava de vida
Os olhos agora fechados
Demonstram o silêncio da tua partida
Eu não quero que vás
Mas já foste embora
Ainda aqui estás
Mas tua ausência é permanente agora.

Paro, Penso...

Paro, penso...
Deprimo de mim mesmo
Não era de todo como idealizei
Um sonho, uma esperança
Inocente como uma criança
Renasço na noite
Sobre a luz da lua
Esperando pelo nevoeiro que cobre o céu
Escondido me deito
Reflicto e paro... Penso mais uma vez
Já não me sinto eu
Interiorizando o sonho
Esquecido no abismo da minha mente
Vejo agora a esperança desafiada
Novamente vazio, sinto-me sem nada...

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Assombramento

Sinto o mundo 
Num vazio profundo
As lembranças de um passado
Que me assombram de noite
Em cada gesto
Em cada olhar
Uma brisa que me desperta
De novo para a realidade
Iludindo-me com um toque de fantasia
Lembrando as noites 
Em que me despedia
Afastava-me com saudade
Evitava o toque que ansiava
A respiração que precisava
Em busca pela verdadeira felicidade.

domingo, 21 de setembro de 2008

Mistura De Emoções

Estar e não estar
Acontecer e esperar
Sentir o desejo
A ansia e a saudade
Incerteza e felicidade
Uma mistura de emoções
Sentimentos em luta
Quando me ponho à escuta
E tento repousar
Dos outros e de mim.

sábado, 20 de setembro de 2008

Algo meu, triste...

Só vejo escuridão à minha volta
Neste vale coberto por um manto de neve
E sinto as nuvens passarem
Fundindo-se com o nevoeiro que varre
E me corta arrastado pelo vento forte
Despido de mim mesmo
Confrontando esta tristeza que me abala
E o riacho que nunca mais se cala
Moendo este solo pontíagudo sem fim
Caminho descalço sobre esta rocha cortante
Vejo um destino desolador
Acompanhado constantemente pela dor
Em silêncio a guardo
Preferindo não partilhar
Algo meu, triste que prefiro isolar
Se os meus olhos falassem tudo o que sei
Tudo o que sinto enquanto contemplo esta noite gelada
O mundo ficaria cinzento e sugada toda a vida
Toda a cor e alegria de viver
Todos caminhariam amaldiçoados para sempre
Simplesmente porque não existe esperança no meu coração.

Podre

Tens de preparar o teu coração para a dor
Porque algo está para vir
Como um fantasma nesta noite de nevoeiro
Em que os pensamentos se fundem na enseada
Escondendo a profundidade deste abismo
Que me condena nas suas profundezas
Afogo-me nos meus medos
A escuridão e o gelo que me tira o fôlego
A ausência de esperança que me cega
E aqui fico paralisado sem reacção
Como um cadáver podre ainda em decomposição.

sábado, 13 de setembro de 2008

Flor Silvestre

Esta é a minha última oportunidade para escapar da realidade
Entrar no mundo dos sonhos
Um mundo recriado à minha maneira
Um mundo justo onde podemos ser felizes para sempre
Um mundo onde o amor nunca acaba
Onde reinam as emoções e as pessoas seguem o coração
Preciso de sentir o teu rosto
Tocar-te e perceber que és real
Que no meio deste meu mundo de ilusão
Tu me prendes à terra e ao mesmo tempo me levas ao céu
Sobre este céu azul de sol dourado 
Teus cabelos brilham e soltos ao vento prendem o meu olhar
Percebo que és livre, que és linda como uma flor silvestre
Contemplo a tua espontaniedade
Uma beleza sem dono que admiro sem fim
Um jeito de ser que me aquece o coração congelado à muito
Tu deste-me vida
Fizeste-me perceber que o mundo ainda gira à volta do amor
Essa vida que é tão acarinhada por ti e me faz sorrir de esperança
Tu és uma metade e eu sou outra
Sinto que agora estamos completos e unidos
És sem dúvida a flor mais preciosa 
Aquela que sempre desejei encontrar
Escondida pela penumbra dos meus sonhos
E agora vejo à minha frente revelada
Só peço eternamente nunca mais acordar.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Deixado Para Trás

Deixado para trás
Choro em silêncio
Abandonado...
Agora que não tenho utilidade
Usado...
Sinto-me sujo
Sinto-me descartável
Sou um invólucro vazio
Corroído pelo frio
As palavras que te disse um dia
Cairam no esquecimento passado
Agora marcado para sempre
Neste coração moribundo
Que ainda pulsa sem sangue.

Sombra

Sombra...
Tu que caminhas a meu lado
Sempre que a luz me tenta iluminar
Tu que acompanhas todos os meus movimentos
Seja para onde eu vá
Assombrando as minhas acções
Repetindo os meus medos incessantemente
Numa outra perspectiva
Num outro mundo e numa outra dimensão
Levas o meu ser à mecanização dos movimentos
Cais comigo
Choras comigo
E ainda assim não te posso abraçar
Toco-te mas não te sinto para além deste solo sujo
Não tens rosto
Mas ainda assim,
Reconheço-te nesses passos deâmbulantes
São os meus...
Mas num outro espaço
Um lugar bem particular
Bem ausente de mim próprio
Nesta contraditória existência.

Será?

Será que alcanças aquilo que realmente desejas?
Será que isso te deixa verdadeiramente feliz?
Será que alguma vez o conseguirás?
Será que vai durar o tempo suficiente para perceber que não foi mais um sonho...uma ilusão?
Será que no fundo vale a pena esperar?
Será que o tempo reservou para mim alguma recompensa?
Será que já a tive ou a deixei escapar e o momento passou?
Será que toda a minha esperança abalou?
Será que questionar-me tão severamente leva a lado algum?
Será que a única "realidade" que vale a pena são os sonhos?
Uma vez que a realidade os distorce de tal maneira que se tornam pesadelos onde só desejamos acordar...
Será?
Já não sei...
Meus olhos turvam com lágrimas que teimam em escapar de mim
E ainda assim, 
Fico sem perceber sua real origem...

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Labirinto Sem Fim

Caminho pela noite
Vangueando pelas ruas do meu pensamento
Num labirinto sem fim
Sem demora evoco os meus desejos
Que me atormentam
Os medos que eu crio
Numa luta para os afastar
Mas todas as noites eles voltam
Como pesadelos para me assombrar.

Esta Minha Condição

Esta minha condição
Esta minha existência tão desencorajadora
Me trai os sentimentos
E a vontade de viver
Preciso de me isolar de tudo,
Desaparecer...

Só Mais Uma Vez

Preciso de me cortar 
Só mais uma vez
É a última prometo
Tenho de aliviar esta dor
Seja a que custo for
Se não morro por dentro
Preciso sentir o meu sangue
Que vem de dentro frio
Congelado pela morbidez dos meus pensamentos
O sol já não brilha
Obscurecido pelas nuvens chuvosas
Que mais me resta se não me desejas...
Que mais me resta se o calor que me aquecia, 
Desapareceu...
Já não me sinto eu
Aquele que conhecia morreu
Só me resta arrastar este meu cadáver
Por este destino amaldiçado à nascença
Pois em mim já não tenho esperança ou crença
De ser algo melhor ou um tanto pior
Só eu e a lâmina suja e seca
De um passado renascido agora
Que me confronta de frente
E sem dúvida não posso negar
Que alguma vez me tenha abandonado
Sinceramente?!...
Prefiro estar morto que acordado...

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Contigo

Sinto a tua presença
Mas não estás
Fecho os olhos e adormeço
Nos sonhos solto meu espírito
Para ir ter contigo
E relembrar os momentos juntos
Quando me sussuras ao ouvido
Coisas que me fazem fechar os olhos
E deitar a teu lado
Esquecendo tudo à minha volta
Acordo e não estás novamente
Sinto um vazio em mim
Sinto que não estou eu também
Apenas perdido por não me encontrar
Não estar contigo.

Conecção

Uma conecção inevitável
Percorrida pelos sentidos 
E captada pelos sensores na pele
Um receptor de carícias 
Que nos faz as delícias
Um mundo só nosso
Interpretado pelo prazer e pela dor
Os sinais do mundo que nos rodeiam
Um mundo alheio a nós próprios
Que captamos com atenção
Através da sensação.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Manipulação

Por todo o lado controlo e manipulação
Meios de nos subjugar em massa
Como gafanhotos indesejáveis e desprezíveis
Guerras e medos incorrigíveis
Segredos se escondem por uma elite
Na ganância pela sua prosperidade
Dinheiro em vez de felicidade
Venenos que nos consomem a alma
E regras auto-destruidoras
Na ilusão de uma segurança moralizada.

Segredo-te ao Ouvido

Ainda bem que te tenho
Ainda bem que nasci para ti
E agora vivo por ti
Contigo transcendemos sobre este céu 
Iluminado pelas estrelas da noite
Guardando os mistérios da existência
Que agora fazem todo o sentido para mim
Segredo-te ao ouvido os meus desejos
Os meus mais íntimos anseios de ti
Como se aquele momento fosse o último
Para me poder saciar de ti
Unidos por este sentimento
Tão perfeito e especial
Único e já essencial
Sentimo-nos mutuamente
Pelas carícias deste beijar
Sem medo de nos explorar
Nos confins e infinidades existentes
Para te sentir como quem verdadeiramente sente
E no fim, acabo a noite extasiado
Por este momento passado
Contigo sempre perto de mim.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Definho Lentamente

Definho lentamente
Para a minha condenação
Não vejo esperança
Não vejo amor no meu caminho
Tudo se desvanece com o tempo
Tudo se perde depois de adquirido
Como posso continuar
Se sei que depois vai acabar
Pequenos actos que atingem
Parecem insignificantes mas afligem
Aumentando a dor presente
A um nível em que depois já nem se sente
Atordoando o coração dos sentimentos
Restando só as memórias, os momentos...
Porque chorar é tão necessário
Quando no fundo desejo o contrário
Sentindo-me insignificante a um nível constrangedor
Em que já só penso em terminar esta dor
Depois vejo, que não parece marcar
E a ninguém faz importar
Porque no fundo,
Nunca fui demasiado importante para alguém
Sozinho irei continuar 
Deâmbulando, até a morte me libertar.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Ao Som do Vento

Danças à volta da fogueira
Bela e formosa
Nesta noite estrelada
A lua que nos acompanha
Testemunha este sonho na areia
Perto das ondas do mar
Ao som do vento raspando na enseada
Cavando um pouco mais a rocha
Dura, mas ainda assim moldável
Aos caprichos deste lugar 
Impenetrável, tal como o sentimento forte
E verdadeiro que é te amar.

Estranha Realidade

Caio em mim
Nesta estranha realidade
Onde não existe verdadeira felicidade
Deâmbulo mais uma noite
Não tenho como fugir desta maldição
Sou uma sombra perdida
Entre dois mundos surreais
Um dos espectros
Outro dos simples mortais
Mas a minha hora ainda não chegou
Embora deâmbulante
Neste estado agonizante
Rastejo mais uma vez
Sobre este céu de inverno
Sentindo a chuva na minha face
Os cabelos molhados e escorridos
Disfarçam as lágrimas de desilusão
Uma realidade que se abre aos poucos
Destruindo o sonho e a fantasia
Que enfeitavam a minha vida.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Dolorosa Eternidade

Se eu me pudesse desligar
Se tivesse um botão off
E de repente parasse de pensar
Infelizmente não existe
Quer esteja feliz ou triste
Tenho de saber lidar
Com o sentimento que existe
Mesmo que me esteja a magoar
Muito ou pouco não interessa
Desde que abale depressa
Nesta eternidade
Tão dolorosa eternidade
Que é a minha espera pela morte...

Magoa?! Deixa Estar...

Quando um sentimento
Não se sabe explicar
Quando algo nos aperta o coração
E começa a magoar
Sabemos que algo nos atingiu
Algo triste nos feriu
Que posso eu fazer...
Isolar-me para não sofrer?!
Há que saber ultrapassar
Ser firme e aguentar
A vida é cheia de lições
Marcas, perigos e desilusões
Mas é preciso continuar
Ser fiel a mim próprio
E não me deixar abalar...

sábado, 16 de agosto de 2008

Espectativas

Quando espectativas não são superadas
Umas perdidas e outras enganadas
Um vazio nos preenche
Um ódio se enche
Como frustação que consome
A alma perdida
Num espaço condicionado
Pelo tempo que passa
E nos mostra o fracasso
Sentimentos destruidores
Mostram-se pelo olhar
Numa esperança de acreditar
Que não passam de pesadelos
E mais tarde esquecê-los
Mas as marcas cravam-se nas memórias 
Que depois não passam de histórias
Mas as feridas não saram tão facilmente
Entranham-se na mente
Umas temporariamente 
Outras para sempre...

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Minha Própria Maldição

Sento-me no canto mais alto, no canto mais escuro e calmo que puder encontrar.
Para sentir o silêncio da noite, o luar.
Na companhia das estrelas e das memórias que assolam a minha mente.
Um túmulo de emoções que tento esconder.
Outras eliminar com um simples cortar nesta minha incapacidade de chorar.
Porque às vezes me sinto tão fraco e impotente perante as situações que se me passam pela frente?
E que eu sinto falhar, talvez espere demais de mim próprio.
Se calhar ainda não realizei que no fundo sou humano.
No fundo sou uma criatura como tantas outras, frágil, desprotegido e insano...
Se eu posso mudar o meu futuro?
Posso sim, mas isso depende só de mim? Não...
Há outros factores em jogo, outros dados fora do meu alcance.
É por isso que me sinto impotente perante o meu próprio destino que apesar de ser seu criador, poder modelar o mundo que me rodeia e o meu interior, não sou de todo seu dono.
Porque perco mais do que conquisto neste lugar tão estranho...
Tão alheio aos meus anseios e tão imparcial à minha dor...
Porque será que tenho consciência de mim e do meu ser? Quando isso no fundo é o sinónimo de dúvidas, insegurança e sofrer? Porque nasço se depois tenho de morrer? Qual a lição, qual o objectivo de ser um ser pensante quando isso me leva à auto-destruição? Ignorância é felicidade, é estar protegido contra os espinhos do mundo que nos cravam bem fundo.
Porque não termino já com este constragimento neste preciso momento? Porque será que sinto que há algo que me repele a continuar, sentir de novo e olhar à minha volta, procurar o desconhecido e inseguro, fora do que a sociedade nos impõe para o obscuro?
Porque me questiono tanto... Sinal de inteligência? Ou será antes frustação e demência?
Sentir um vazio, uma ausência... Uma necessidade de preenchimento, para terminar este tormento...
E no fundo penso se valerá a pena sentir a proximidade da morte nesta vida que é no fundo a sua essência...
Pois a vida é o risco de ter a morte tão perto, é sentir essa barreira, tão ténue, tão certa e ligeira...

domingo, 3 de agosto de 2008

Pedras Caídas

Sento-me a contemplar
Esta velha casa quase a cair
Tentando recordar
Mas o sentimento parece fugir
Momentos de infância
Gravados nestas pedras caídas
Uma família outrora grande
Agora mais reduzida
O carinho de uma avó
E avô já passados
Por aqueles que já partiram
E sem dúvida amámos
Hoje decidido a enfrentar
O passado e honrar
A vossa existência ao pé de mim
Neste abandono sem fim
Mas a esperança parece enganar
A racionalidade desta vida
Fantasiando a morte
Vê-la como ponto de partida
Para uma outra 
E ilusória existência vivida
Gravada para sempre 
Nesta velha casa caída.

sábado, 2 de agosto de 2008

Luto

Esta é a forma como vês o Mundo..

Esta é como eu a vejo..

Eu tento expressar todos os dias o meu luto pelo mundo, uma introspecção levada ao extremo.
Uma diferença marcada pelo pensamento e expressa no meu exterior, tão deâmbulante, tão pesada e ao mesmo tempo 
fria, mas para quem me conhece sabe, com um interior diferente...

(fotografia da minha autoria e dedicada à minha linda!)

Cova Escura

Meu sangue escorre frio
Perdido como minha sanidade
Sozinho nesta hora arrepiante
A solidão e a dor se esbate
Enfrento este rio de sangue
Onde sombras reflectem
Minhas emoções e angústia
Ouço-te chamar-me
De uma cova escura
Num eco torturante que perdura
Toco-te na tentativa de encontrar
De novo teu calor e olhar
Mas agora és apenas um corpo
Teu sorriso expirou como sopro
Teus olhos 
Abismo sem emoção
Uma dor que me aperta o coração
Uma ausência sentida
Por minha alma perdida
E minha esperança mutilada
Por ter-te perdido assim
Tu, minha querida amada.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Não Estás

Quando me deixas para trás
E deixo de te ver
Por detrás 
Deste meu jeito de ser
Sinto arrependimento
Nestas lágrimas que caiem
Ao silêncio da noite
Escura, fria, mas aconchegante
Onde posso então repousar
Por não te ver
Não te encontrar.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Sangramento

Num ritual de cortes
Uns mais leves
Outros mais fortes
Sangrando pelo chão
Elimino sentimentos
De raiva e frustação
Não sou perfeito
Nem imune ao defeito
Sinto-me desprezível
Por não aguentar
Tento ser insensível
Para poder ultrapassar
Mas os pesadelos
Esses, teimam em ficar
Porque continuo vivo
Se a morte me espera
Tão doce destino
Enquanto meu cadáver envelhece 
E minha alma se degenera.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Teus Olhos

Teus olhos
Tão verdes, tão lindos
Uma expressão de amor
Que me transmite um calor
Forte e apaixonante
Inquietante, por dentro
Mesmo no centro
Do meu peito dolorido
Muito tenho sofrido
Com tua cruel ausência.

Sem Pulsação

Durmo esta noite sem pulsação
Iludindo-me com a vida
Enganado pelos sentidos
Um cheiro presente
Uma carícia que se sente
Mas no fundo são falsas ilusões
Estou sozinho como cadáver
Morto sem ti
Só tu fazes bater meu coração
Sem ti o sangue congela nas minhas veias
Tudo deixa de valer a pena
Sinto sem sentido
Por te ter tido
E agora perdido
Tinha um sonho
Agora parado no tempo
Já não sei se aguento
Suster mais a respiração
Quero ter-te agarrada a mim
Para novamente bater meu coração.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Se Eu Fosse Como Tu


Se eu fosse como tu
Detinha o mundo nas minhas mãos
Faria os outros sorrir
Seria especial e único
Se eu fosse como tu
Veria o sol a brilhar
Numa eterna alegria de viver
Sentindo que tudo era possível
Se eu fosse, como tu...

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Separados

Porque não te posso tocar
Pegar pela mão e beijar
Estando assim condicionados
Tão perto, mas separados
Que dor me assola o coração
Que sentimento de desilusão
Nesta necessidade que tenho de ti
Por um afecto que não consegui
Nesta nossa indecisão.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Amargura

Meu coração cai
Como gangrena mal cheirosa
Minha alma congela
Meus olhos sangram
Minha pele arde
A voz sai muda
Lá fora o sol brilha
Mas cá dentro
Sinto horror
No meu interior
Um ódio crescente
Que não se vê
Mas se sente.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Cova Sentimental

Dá-me a tua mão
Toca-me com os dedos
Não consigo alcançar mais
A distância não o permite
Eu quero-te mas não chego
Quero estar mais próximo de ti
Ter o teu aconchego
Sentir-te aqui
Mas a impiedade exterior
Coloca-nos neste horror
Grita a minha alma
Por mais um momento contigo
Os meus sentidos atordoam-se
Por mais um tempo na tua ausência
Os teus carinhos 
Agora, minha carência
Entro numa cova sentimental
Lapidada por mim próprio
Deixado para trás sozinho
Sem atenção de alguém 
Que me queira bem
Desencaminhado para sempre 
Nesta maldição
Deâmbulando para a solidão
Ofuscado pela luz
Semicerro os olhos sem ver
Até os confins do vazio 
Para me perder.

Lágrimas Perdidas

Lágrimas não lavam
Memórias acumuladas
Por anos de solidão
Sentimentos de culpa
Tristeza e frustação
Numa fome de esperança
Transformando-se em ódio
Acabou esta jornada
Previamente destinada
Por lágrimas, 
Que não lavam...

Enigma

Na tua ausência
Minha demência
Vazio da saudade
Sentimento perdido
Para além da verdade
Afecto sentido
Confusão sensorial
Prazer da felicidade
Numa busca sentimental.

Longe

Preciso de te abraçar
Ter-te ao pé de mim
Sentir o teu olhar
Os teus gestos, o beijar
O cheiro e acordar
Contigo a meu lado
Tão carinhosa
Tão gentil
Fazes o meu coração
Palpitar a mil
Só tu me fazes sentir assim
Estar longe e ao mesmo tempo 
Sentir-te ao pé de mim.

domingo, 20 de julho de 2008

Pérola Escondida

Uma pérola escondida
No fundo do mar
Uma preciosidade rara
Que desejo encontrar
Neste surdo silêncio
Sombreado pelo luar
Perco-me pela escuridão 
Dos oceanos da minha mente
Como marinheiro que segue 
A sua sereia e a sente
Tão bela e encantadora
Uma perdição mortal
De voz doce e delicada
Que me chama para a morte
O calor escapa do meu coração
Fico apático e sem emoção
Neste mundo de racionalidade
Onde os sonhos fogem 
Da dura realidade.

Desejos

Teus lábios gulosos de amor
Teus olhos sedentos de paixão e calor
Tuas mãos de segurança e carinho
Por este longo caminho
Que precorre da tua face 
Até aos teus pés
Agora entrelaçados de vez
Numa harmonia cintilante
Tão esbelta, reconfortante...

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Carícias Nocturnas

Sobre carícias nocturnas
Deslizando como vento
E tocando suavemente
Teus cabelos soltos ao luar
Uma confissão, um olhar
Um desejo guardado no coração
Precorre tua pele delicada,
Desejada, num abraço contra teus seios
Nesta noite, que te como a beijos.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Caio Em Mim

Caio em mim depois de tanta ilusão
Tanto carinho guardado no coração
Libertado por um gesto, um olhar
Agora realizo um estranho acontecimento
Que não esperava tão cedo neste momento
Uma morte que se avizinha
Que percebo agora ser minha
Um sentimento mortal
Que cai sobre mim
Porque tinha de ser assim?
Talvez não esteja destinado a ser feliz
Como idealizei, como sempre quiz
Algo surge para me abater
Atrapalhar, enlouquecer
Mas eu não quero esquecer
Preciso de tempo para pensar
Estar longe, descansar
Obter um novo olhar
Sobre a minha situação
Perceber se foi em vão
Ou não...

I Want To Cry

I want to cry
I want to go away from this life
And say goodbye
From this sickness world
So empty and cold
Like a last death breath.

Now too cold for tears
Frozen by the pain of years
Traped in this doomed life
This meaningless and useless life
By fealings of fear and loss.

Encontro

Se te cai mais uma lágrima de saudade
E se me esperas à janela incessante
Soltando um suspiro na ilusão
De me voltar a ter aqui
Como imagem borrada
Através da beleza dos teus olhos
Neste dia sentido e destinado
A acabar com a tortura
Desta ausência sofrida
Como ritual de uma paixão incontrolável
E um amor que aumenta com a distância
Esperançoso por um futuro encontro apaixonado
De almas e corpos
No consolo das tuas carícias
Em palavras que acendem a alma
Dos nossos desejos mais íntimos.

Melancolia

Vivo de sentimentos e emoções
Memórias e pensamentos passados
Presos a um imaginário
Solúvel e quebradiço
Envolvido num misto de melancolia
Por aquilo que já vivi
Num passado agora perdido para sempre.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Último Suspiro

Perdido neste mundo doentio
Corrompido de corrupção
Amaldiçoado pelo destino
E desencaminhado da luz
Afasto-me sem voltar
Para um lugar impossível de suportar
Duas almas ligadas
Duas sombras envolvidas
Num estranho entendimento
Caladas num momento
Infinito no tempo
Gravado no meu coração
E de repente esquecido
Como uma brisa fria
Deste mundo impessoal
Ligados para sempre
Beijando-te num último suspiro
Para sempre nos meus sonhos
Meu amor,
Para sempre nos meus sonhos mais queridos.

Chorei

Chorei durante anos
Lágrimas geladas
Um coração duro e frio
Sozinho na minha tristeza
Procurando a beleza
Contida em cada ser
Em cada espreitadela
Pela minha janela
Em busca de um olhar
Um carinho
Uma face amigável
Neste mundo tão instável
De amor que aparece e desaparece
Onde a desgraça acontece
E a dor permanece
Mas há quem fique
Sozinho olhando para o chão
Contemplando uma poça de lágrimas
Um rio de sangue
O único mundo criado
Sobre este destino fechado
Para sempre na minha memória
Sem esperança ou escapatória.

Manto Negro

A noite cai mágica
Como um manto negro
Sobre este dia irreflectido
Em acções automatizadas
Por uma rotina diária
A noite é o meu refúgio
O meu momento de contemplação
Da lua que me guia nas trevas
E as estrelas que acompanham os desejos
Que belas são as estrelas que caiem na noite
Como o nevoeiro que acolhe o espírito dos mortos
Gosto da noite
Negra, misteriosa
Um espaço para a fantasia
Que se refugia do dia, da realidade
Os dias cinzentos de chuva e vento
Ainda mais ruídosos e frios
São para esquecer, renovar
Mas é hoje nesta noite mágica
Que me deixo cair, sonhar...

Anjos Caídos

Um anjo caído
Condenado a rastejar junto dos Homens
Um deus cruel que aterroriza as suas criaturas
Um deus do amor mas que no fim se mostra imparcial
Em vez de nos querer bem, quer o mal
Frio e distante do calor humano
Condenando criaturas tão perfeitas e delicadas
Os anjos da sua própria criação
Um erro seu que despeja com frieza
Mantendo a sua prol de escravos cumpridores
Selecta, condenadora e cruel
Provocadora de horrores.

Perdido Por Ti

Perdido por ti
Num sentimento assustador
Como quem deixa fugir
O medo da felicidade
Sofrendo até à exaustão
Neste cemitério de sombras
Olhando para céu
Em busca de respostas
Em busca de compreensão
De certezas e conforto
Lentamente afasto-me
Sem olhar para trás
Deixando apenas um rasto de sangue
Que marca o meu trilho
Até cair duro
Vazio e frio
Um olhar triste
Negro e ausente
De quem já não sente
E se deixa levar
Caído para nunca mais voltar.

Sombras Que Consomem

Sofro por desilusão
Sentimentos de desgosto
Nojo e frustração
Sinto que o céu negro como a noite
Está hoje mais obscurecido
E as nuvens insistentes
O cheiro a terra molhada
E o ar doce das flores embebidas
Tornam este momento choroso
Mais marcante, desconcertante, doloroso
Deitado no chão frio
No meio deste vazio
Enquanto as horas passam silenciosas
Esquecendo tudo e o mundo
As memórias passando ao lado
Como que um arrepio gelado
Preso no passado
Esquecido no presente
E invisível no futuro
Depois de uma passagem incontrolável
Tudo por mim responsável
Porque as pessoas têm de desaparecer
Magoar e sofrer?
Porque somos tão desprezíveis
Traindo os nossos sentimentos
E as emoções mais puras
Tornando-as das mais belas para as mais duras?
Porque se resolve abandonar a felicidade
Por um buraco sem esperança e solidão
Refugiando-nos no abrigo da introspecção?
Que nos consome a cada momento que passa e despassa
Obrigando-me a libertar as lágrimas
Que se consomem nestas sombras
Na tentativa de te encontrar
Um abraço, um olhar
A saudade desperta
Por uma memória re-descoberta
Para sempre calada
No frio da noite
Um paraíso caído
Intoxicado pela realidade
Por pesadelos sem piedade
Destes espectros que me assombram e consomem
Nas horas sozinhas de mim e dos outros
Numa inocência perdida para sempre
Na tentativa de parecer distante das emoções
Só vejo a saída
De deixar este mundo para trás
Em busca de uma outra e nova identidade
Desprendida da realidade.

domingo, 13 de julho de 2008

Lâminas Da Libertação

Deixado para trás no tempo
Sinto o meu ser aprisionado
Ao que deveria ter sido
E agora vejo acabado

Lâminas da libertação
Sujas de mim e do tempo
Meio de ilusão
Alivio,
Ostentação
Como fogo que queima
Num cintilar incandescente
Doloroso
Perfeito
Deslizando numa dor delicada
De um interior ferido
Desprezado e em agonia
Para terminar uma incompreensão
Um buraco negro na minha sanidade mental
Como um cancro que cresce
Espalhando-se para contaminar
O resto do meu ser
Um cancro que precisa de ser eliminado
Para travar o seu avanço
Um avanço doloroso
Que faz-me sentir a dor a abraçar-me
De todas as partes inimagináveis
E de tudo o que me atinge
Com uma intensidade insuportável, incontrolável
E agora condensada em todo o meu redor
Numa percepção de infinidade e tempo ilimitado
Agora distorcido pelo êxtase do sangramento
Que vem de fora e já antes derramava por dentro.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Eu Tentei

Os sons que ecoam
Na minha mente silenciosa
Embora confusa e triste
Sente que algo existe
Para além da minha percepção
Tento então perceber a razão
Neste pensar penetrante
Que é ter uma ilusão reconfortante.

Eu tentei tão arduamente
Tornar-me humano
Mas a única coisa que sinto
É arrependimento
Todos nós presos neste lugar
No fundo temos medo
De descobrir quem realmente somos.

Eu odeio-me profundamente
Pelas falhas cometidas
Pelo desespero das acções tomadas
Por todas as almas feridas
E o sofrimento que causei
Todo o amor que senti
Foi ténue e fraco
Pereceu perante este mundo
Que desvanece a meus olhos.

Alma

Lapidaste a minha alma
Para sempre marcada pela tua presença
Condenado com a mesma sentença
Num mundo obscurecido
Negado pela luz
Carregando a minha cruz
Em direcção a um abismo sem fundo
Silêncioso, profundo.

Distante De Mim

Sinto-te num outro eu
Neste silêncio da noite
Distante de mim
Eu perdi a minha voz
Uma lágrima de medo
Que cai em silêncio
Neste escuro assustador
Meio frio e ao mesmo tempo provocador.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Céu Azul?

Tu que dizes que o céu é azul
Neste mundo que me arrepia a espinha
E me eriça os cabelos
Que me provoca convulsões assustadoras
De medo e de dor sob a pele desprotegida
Onde gemidos ecoam pelos céus
Em desespero pelos que caiem em covas
Onde flores e campos verdes perecem
Sobre nuvens que cobrem a luz da esperança
Obscurecendo as palmas das mãos
Feridas de tanta batalha
Nesta vida de sobrevivência e luta constantes
Por uma felicidade ilusória e efémera
No entanto o único extase existente
Para além de uma vida que irá desaparecer
Como pó levado pelo vento
Para sempre sem deixar rasto.

sábado, 5 de julho de 2008

Anjo das Trevas

Sobre este temporal
De céu escuro e nuvens agitadas
Inundações e árvores arrancadas
Desce um anjo das trevas
Envolto em vestes negras e olhos brilhantes
Um ser insaciável de sofrimento e sangue humanos
Todos os ódios envolvidos numa só criatura sem alma
Os seus cabelos alvos e obscurecidos
De aparecência lisa e molhada
Escondem uma face dura e sombria
Descendo sobre um lago
De águas agitadas e escuras
Um lugar gelado e de morte presente
Agora em busca do descanço dos mortos.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Mosh!

Os corpos são fracos
Desfazem-se com a brutalidade
Sangue vaporiza no ar
Pele molha de tanto suar
Cheiro nauseabundo a entrenhas forçadas
Muita dor e pancadas
Extase e violência
Podridão e decadência
Eis o mosh criaturas das trevas!

terça-feira, 1 de julho de 2008

Horizonte Estrelado

Noites de esperança
E sentimentos
Visões e pensamentos
As estrelas acompanham o meu olhar
Para o fim do horizonte
Onde quero chegar
No fundo esqueço a escuridão
Que envolve a noite
Não é em vão
Que o universo gira à volta
Deste sentimento tão profundo
Ser compreendido pelo mundo
Fazer me expressar
Encontrar alguém e amar
Ser feliz e fazer algo pela humanidade
No fundo só quero o bem
A felicidade.

Um Silêncio

Os teus lábios
O teu beijar
Tão doce, tão ardente
Tão bom de acariciar
Um sentimento que me envolve
Que cresce e não se dissolve
Apenas se sente
Um olhar misterioso e alegre
Para onde me viro me persegue
Mãos dadas
Faces encostadas
Um silêncio
Um riso e sorriso
Uma brincadeira
Um aroma apaixonante
Uma palavra tocante
Um sentimento sem explicação
Apenas tocado e sentido pelo coração
Mesmo quando sais
Permanece a tua presença
A saudade, o aroma
O gosto na minha boca
E o teu toque nos meus lábios
No meu cabelo e na minha face.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Promessas

Promessas de dias sem fim
Caiem como flores secas das árvores
Que o vento as leva
Como eu vejo a beleza a definhar
Nesta vida tão cinzenta
De um mundo de doença e arrependimento
Para sempre perdido na escuridão
Este lugar gelado tira-me a felicidade
Um estranho sentimento de vazio
Que fecha o meu coração
E mata os meus sentimentos para sempre
Por favor toma o meu coração nas tuas mãos
E protege-o dos espinhos do mundo
Meus olhos reflectidos nos teus
Como uma face num lago gelado
Esquecido numa floresta criptal.

domingo, 29 de junho de 2008

Teus Olhos

Vejo a pálida lua reflectida nos teus olhos
E pergunto-me o porquê do sol nascer
Quando é na escuridão que irradias mais luz.

Caricias ao Vento

Como a morte fria e bela
Apareces tu na minha vida
Para me salvar do esquecimento
Bastou um só momento
Em que os nossos lábios se encontraram
Como o sangue que brota de uma rosa
Delicada, bela, arrepiante
O aroma que liberta
Como o amor que desperta
Com o cair da noite
E o desaparecer do sol
Sobre este céu de estrelas e lua decrescente
Ao som dos grilos e das folhas das árvores
Acariciadas pelo vento
Sinto a melodia desse dia
Que se pudesse novamente o vivia
Recordava e abraçava esses momentos
As caricias na tua face
Como se pela última vez te abraçasse
Em que os nossos espíritos juntos voam
Pelos sonhos que se refugiam da realidade
Deixando para trás o que sangrou
E agora cicatriza numa nova esperança
Numa nova felicidade.

domingo, 22 de junho de 2008

Agora Vejo

Os sons, as cores e o cheiro no ar
As carícias sensoriais deste lugar
O calor que me envolve o ser
Numa eterna comunhão e sintonia
Que há muito não imaginava ou sentia
Com a terra que me harmoniza
E as flores que brilham de alegria
Neste sentimento de esperança e paz.

Noite Amena de Verão

É uma noite amena de verão
O ar está suave e a brisa fresca
Com o céu límpido e a lua tímida no horizonte
Deixam contemplar as estrelas e o tempo
Que passa tão calado neste momento
Lembrando e relembrando os acontecimentos passados
E realizando o futuro que me espera
Confuso mas ao mesmo tempo tranquilizador
Sem receios ou dor
É tão bom estar aqui deitado neste lugar
E por-me para aqui a pensar
Fechar os olhos e deixar-me levar
Confiante com aquilo que o meu coração me diz
É tempo de sonhar e ser feliz
Seguir o que sempre sonhei
Sem receios e dúvidas limitadoras
Conceitos ou ideias opressoras
Que só me impedem de prosseguir
Realizar o que há de vir
Que sempre desejei e quero continuar a sentir.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Tu Consegues

O céu conspira a teu favor
Sobre este céu azul de brisa fresca
Para quê entristecer pelo que irá acontecer
Se o presente é feliz e esperançoso

Vai tudo correr bem
Eu sei que és capaz
De olhar o mundo de outra forma
Levantar as mãos e ver o universo a pulsar
Sair dessa tristeza e acordar
Para a vida que te espera
A felicidade que te abraça
Não desistas daquilo em que acreditas
Só tu o poderás realizar
E tu melhor que ninguém

Ainda me lembro do tempo em que sorria
E via a natureza a respirar de vida
Sentia a inspiração vinda dos confins do universo
E mesmo à noite ter as estrelas para me inspirar
Querer o inalcansável
É viver o sonho que se torna realidade
Porque o que existe um dia já foi pensado
Tudo o que existe e foi realizado

Sonha e vê o mundo a desdobrar
Os mistérios a revelar
Sobre ti e para ti como nunca
Esses sonhos que vêm do céu
O sol que te aquece e abraça carinhosamente
Revelando tudo aquilo que escondias
E agora vês ser maravilhoso e conseguias

As sombras que se afastam deste conflito final
Entre o bem e o mal
Que só existe em cada um de nós
E que temos de o descobrir
Para um dia poder sentir
O que o universo reserva para todos nós
Sem propósito é verdade
Mas que permite a tua felicidade
Basta querer
Olhar para trás e esquecer
Para seguir em frente e não temer.

sábado, 14 de junho de 2008

Liberto as Lágrimas

Liberto as lágrimas
Pela perda da inocência
E ter entrado nesta demência
Que é viver na realidade
Abandonando a confortável fantasia
Sinto a dor do mundo sobre mim
Rebaixando-me para as sombras
Onde os espíritos do sofrimento deâmbulam
Como vultos da alegria que nunca tiveram
Como podem ser as pessoas felizes
Num mundo cheio de cicatrizes
Onde há mortes, fome e vidas infelizes
Eu não quero ser assim
E fechar os olhos à miséria deste mundo
Congelando o coração para sempre
Como pode haver seres humanos consumindo outros
Enaltecendo-se sobre as sombras dos que sofrem
E sugando agonizantes a esperança de viver.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Feridas

Não sei o porquê desta situação
Que me fere o coração
Como nas noites em que o frio paralisa o medo
É tão bom ver as estrelas a brilhar
Como sentir o teu olhar
Sobre este céu de brisa doce e aromas nocturnos
E estes sentimentos que me fazem voar
Por serem tão fortes e profundos.

Floresta Mágica

Numa floresta mágica de duendes e criaturas etéricas sob o silêncio da noite aparecem passeando por entre a bruma e o nevoeiro que esconde os mistérios do mundo encantado dos elementais.
As folhas sussuram com o vento doce e calmo do verão e fadas voam sobre o luar prateado.
Como é bom sentir a natureza e a terra no seu descanço nocturno em que só as criaturas fantásticas parecem despertar.

domingo, 8 de junho de 2008

Visão

Naqueles dias mais sombrios em que a tristeza e desanimo me assolam a mente e o pensamento como a qualquer ser humano que se questiona, sinto que nada vale a pena e que nada faz sentido e na verdade esta é a dura realidade, as pessoas é que preferem viver na ilusão e não ver que a vida não tem propósito algum e que a cada minuto..a cada segundo que passa, se consome um pouco mais de nós, neste teste que é a sobrevivência para o objectivo de acabar no vazio...

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Porquê?

Porque não me procuras no teu sofrimento?
Porque eu também não o faço quando estou só?
Se te tenho a ti
E tu a mim
Temo-nos um ao outro para reconfortar
Para dizer um olá, animar...
Porque nos fechamos com os nossos próprios fantasmas
Deixando-os corroer a alma por dentro
Até que os sentimentos caiam no vazio destruidor
Que é sentir esta dor
Se nos temos um ao outro para sempre
Até que o fantasma da morte
Venha num corte, doce e arrepiante
Libertar-nos para sempre com um último suspiro
Deste caminho sem retorno
Sem destino e sem dono.

Sombra Esquecida

A pensar que um dia sorri
Brincava nos sonhos
Imaginava um futuro
Tinha esperança.

Agora o túnel estreita-se,
Escurece
O ar arrefece
E eu vou morrendo
Pelo caminho ficando
Como sombra esquecida...

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Nós

Sobre um céu sem sol
Nesta noite fria
Que me corta o vento
A memória dos teus beijos
Me cegam de razão
Os teus lábios suavizados
Por esta escuridão arrepiante
Com as tuas lágrimas negras a cair
Marcam o nosso silêncio
Uma calma dificil de explicar
Entranhada neste lugar.

Sepulturas

As sepulturas deste destino obscurecido
Marcam com certeza o meu fim desta realidade
Onde não existe esperança ou felicidade
Risos são abafados aqui escondidos numa outra face
Que eu queria que me marcasse
Mas me foge do coração
Caminho assombrado sem emoção
Para nunca mais voltar.

A Perda

A dor por sentimentos de desgosto
O silêncio de quem sofre com o coração
O meu amor morreu
A cor se esvaziou da minha vida
Como a flor que seca e morre
Agora sim, amaldiçoada para sempre.

Numa Só Noite

Numa só noite
Antes do nascer do sol
Em que reinam as trevas
E os céus choram lágrimas
Geladas pelo frio da noite
Que o dia ainda não aqueceu
A noite que chora um rio
Onde a saudade me tira a força
E os mistérios daqueles
Que viveram antes
Num jardim de flores
Em que as suas cores
São obscurecidas pela falta de luz
Cinzento é este lugar
Em que o homem destrói
E as sombras consomem
A alegria e esperança
Que são ilusões para mim.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Não sinto nada

Não sinto nada
Não ouço nada
Só vejo escuridão
E ainda assim com este senão
Penso, quem sou eu?

Quem é este ser perdido nas sombras
Que nada sente
Que nada quer ou deseja
Perdido para sempre
Onde a luz não consegue entrar
Perdido, neste lugar...

terça-feira, 27 de maio de 2008

Numa Casa ao Pé do Mar

Numa casa ao pé do mar,
Com o sol reflectindo nas ondas do mar,
Penetra a vidraça do quarto
Enquanto estás a sonhar
E a areia das dunas parece dourada.

Sabe bem enterrar os pés
Na areia aquecida pelo sol da tarde,
Com a brisa fresca que nos levanta o cabelo da face
E os olhos ficam semicerrados pelo sol dourado.

Todos estes pormenores têm um valor acentuado
Porque não estou só e a companhia é do meu agrado.
Tenho medo que o tempo se perca e se gaste
E que com o seu decorrer acelerado tudo isto se afaste.

O tempo é eterno para quem deseja estar
Ao pé de alguém especial neste lugar,
Em que o sol se esconde de nós
E a lua nasce por detrás do mar.

Quero perder-me entre o sol e a lua,
Vivênciar contigo um eclipse lunar,
Ordenar para o tempo parar
E concentrar toda a liberdade e toda a vida em uma.

Mas quando o sol se enconder
E vivenciarmos apenas a lua
Aparecerão as estrelas cintilantes
Para testemunhar a nossa presença,
A minha e a tua.

E deitados na areia já fresca,
De toque suave e escorrido,
Olhando para os pontinhos brilhantes lá no céu
Desejo que este momento permaneça, meu e teu.

Quero que não mais acabe
Porque contigo tudo faz sentido,
Tudo adquire outro significado
É tudo alheio e ao mesmo tempo tudo é nosso.

Os momentos ninguém nos tira,
Porque só a nós nos foram dados
E é no tempo presente,
Não no passado,
Que queria ter ficado.

No presente tudo está parado,
Apesar do tempo continuar a rodar
Tu e eu aqui sentados,
Tu, eu e o luar...

(Feito em conjunto por mim e Ângela Vasconcelos)

Não Tenho Destino

Não tenho destino
Apenas o sonho da felicidade
Mas hoje começo a acordar
Para a dura realidade
A magia que possuia
Cobria a dor em que vivia
A fantasia...
Mas a realidade é espinhosa
Difícil de suportar, enganosa
Para quem se sente incompreendido
Por almejar alcançar
O inalcançável, o luar
Querer chegar mais além
Para um estado de perfeição e harmonia
Como no passado em que vivia
Mas este abismo distante nos submete para o pesadelo
As sombras da noite que me cobrem de arrepios
Sufocando-me nestes dias mais frios
Enquanto tento renascer das cinzas, como fénix.

Deâmbulando

Caminho para o meio da floresta
Sem saber bem para onde vou
Não sei se é desta
Que a minha jornada acabou
Com uma corda na mão
E um capuz a cobrir a cabeça
Envolvido de vestes compridas e rasgadas
Deâmbulo para a minha própria morte
Com um pouco de sorte
A dor se desvanecerá para sempre
Até o final da minha existência
Como se a essência
Deste mundo sombrio fosse sofrer.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Sede De Conquista

Eu alcanço o horizonte
E quero mais além
Conquistar o outro lado
Voando através dos céus
Para ter o que quero
Filho da guerra
Viajo pelos mares
Em busca de conquista
União e força
Num mundo de armas
Em que os homens lutam pela honra.

Tudo o que o meu olhar
Conseguir alcançar
Vou estar lá e vou lutar
Juntos vamos conquistar
Seja pelo mar, terra ou ar
Nós homens,
Filhos da guerra e da conquista.

Mentiras Nos Céus

Tantas mentiras nos céus
Tantas lágrimas caídas
E mágoas sofridas
Por sonhos corrompidos pela luz
Do amanhecer do amor.

Inimigo da razão
É a voz do coração
Deixo a noite levar-me
E secar minhas lágrimas
Fingir que o anoitecer não acabou
Sobre este céu obscurecido
Como véu enegrecido.

Cinzentos são meus pensamentos
Mórbidos sentimentos, de ilusão
Mostrem-me o fim
Como acabar com a solidão através da morte
Abraço o passado,
Abraço a dor.

Eu devo estar morto por dentro
Porque meu sentimento, morreu com a noite
E não sei mais como voltar a amanhecer
Como a rosa que não consegue florescer
Acabando seca e fria neste chão molhado de lágrimas
Por aquilo que devia ter sido, acabando por não se revelar
Ou como o pesadelo que teima em não acordar
Deste meu terrível sonhar.

Folhas Secas De Outono

Vejo folhas secas de Outono que caiem com esta rajada de vento
Como as memórias que se me passam pela mente e me cortam de dor.
Deixo cair lágrimas que secam neste chão ressequido pelo ódio da humanidade.
Avisto a morte que se aproxima e peço para que me salve deste mundo vazio e frio,
Da vida que me matou tão lentamente.
E agora caio num buraco escuro e frio para nunca mais voltar deste arrependimento.
Através da inexistência que é a eternidade vai meu espírito como vulto invisível e esquecido para sempre dos campos e vales floridos pela Primavera na alegria da infância em que a minha felicidade era não pensar nos males do mundo e tudo era céu azul.
Agora partilho a lágrima pela perda dessa inocência e vejo o céu cor de sangue, como as feridas que cravo na minha carne chorando ela também pelo mundo, sentindo a vida a fugir-me pelos olhos e o último suspiro a sair deste pesadelo entrando eu no sonho da morte em que tudo parece perfeito e a dor desvanece.
O céu torna-se outra vez azul e sinto as flores a acariciar-me, ao florescer de novo em mim.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Dias Chuvosos

Sinto-me caído no esquecimento
Como se o tempo,
Parasse na eternidade
Neste silêncio assustador
Perdido no pensamento
Das minhas acções e arrependimento
De magoar aqueles que amo.

É nesses dias chuvosos
Em que o cair da chuva
O vento e as nuvens pesadas pelo céu
Me fazem contemplar
O choro da terra
Todo ser humano erra
E eu não sou excepção
Doi-me o coração
E por agora fico aqui em silêncio
Eu só, com o meu pensamento.

sábado, 17 de maio de 2008

O Tempo Passou

Passam dias e dias
Horas e minutos sem sentido
Deixo fugir o tempo
Com tamanha facilidade
Em vez de o agarrar com força
Dar um sentido
Ao adiantar dos ponteiros do relógio
Em que as noites em claro
Me confundem ainda mais o espirito
E as insonias não passam
De tortura sem fim

Porque tem de ser assim?
A vida é um sopro que se esgota
Temos de nos deixar levar
Pela vaga desse suspiro
E sentir que somos livres
Mas na verdade estamos aprisionados
A um tempo e espaço limitados
Em que cada minuto passa
Cada instante se esgota
E vivemos menos um pouco

Sentir-nos realizados não é mais
Que recordar acontecimentos passados
Que nos gratificam e confortam
Mas não passam de memórias
Acções virtuais que se apagam no tempo
Tudo não passa de uma ilusão
Uma grande confusão
O melhor mesmo é viver
E sentir o instante presente.

Sente a Natureza

Não te queixes enquanto o tempo passa por ti
Ama, abraça e sorri
Sente o universo que te rodeia
As estrelas que pulsam lá ao longe
E as árvores que dançam nesta noite amena
Com flores que cobrem este campo
E libertam um doce aroma primaveril
A lua que contempla esta noite calma
E as nuvens timidas que cobrem este vale
Mostram-me como sou pequeno
Perante esta bela natureza
Embora indiferente à minha vontade
Selvagem e indomável
Mas ainda assim delicada e gentil
Faz-me sentir acarinhado e bem vindo
E com um sorriso
Deixo que ela entre no meu coração
Inspiro o ar com emoção
E fecho os olhos para a sentir
Toda de uma vez.

Preciso De Ti

Dá-me toda essa paz
Que tens no teu olhar
Um abraço que me faça acordar
Deste pesadelo assustador
A tua dor também é a minha
Tu vieste lá de cima
Dá-me toda a tua calma
Eu também quero essa certeza
Que te vai na mente
Junta-te a mim
Eu quero sentir-te para sempre
Se isto for um sonho
Então não quero acordar nunca
Mesmo que tenha de viver uma ilusão
Desde que seja assim
Contigo a meu lado.

Murmúrios Sombrios

Murmúrios sombrios
De criaturas trevosas
Provindas do abismo sufucante
De onde a terra agoniza em aflição
Nesta catedral elevada sobre as trevas
Em que flores murcham com o gás toxico
Que sai das entrenhas da terra
E sangue parece cair em vez de chuva
Alimentado árvores enegrecidas pela escuridão
Nuas de vida e esperança
De um dia alcançarem a luz do sol
Que é encoberto por nuvens cinzentas
Numa camada densa pairando sobre os céus
Gritos de dor e sofrimento humanos
Mostram a crueldade deste lugar
Em que nem penetra a luz do luar
Tudo é escuridão
Há fome, morte e podridão
Gemidos, torturas sem fim

Olho para cima
E vejo anjos caindo
Gritando e chorando
Por terem sido banidos dos céus
Agora condenados
Com o mesmo destino que nós humanos
Neste terrível lugar
Amaldiçoado para sempre
Onde toda a eternidade não parece chegar
Para ferir e impedir
Estas delicadas criaturas de cantar
Morrer não é acabar com o sofrimento
Onde a dor nos segue para os confins do universo
Habitando um deus que parece ser cruel
E nos condena para sempre no abismo
Um lugar frio e solitário
Em que a única esperança é um dia acordar
Deste pesadelo que parece não ter fim.

Olhar Profundo

Parece que o céu brilha pelos teus olhos
Deixando-me louco de paixão
Quando começas a dançar pelas nuvens
E o sol brilha através dos teus cabelos
Soltos pela brisa do mar.

Falsos Sentimentos

O falso sentimento
De que estou vivo e consigo sorrir
Ser feliz e sentir
É tudo ilusão do meu ser
Agora sim, consigo ver
Que o meu coração fechou
Já não sei para onde vou
Sim, agora foi de vez
A minha esperança foi-se embora
Até ela me abandonou
Morri e ninguém chorou
Ficou triste ou notou
Que eu deixei de existir
E tornei-me invisível
Para sempre.

A Minha Estrela

É a minha estrela
Que está lá em cima
Sozinha no céu escuro da noite
Eu quero agarrá-la
Para trazê-la de volta
Ao conforto do meu colo
Mas não consigo alcançá-la
Triste vejo-a a cintilar
Numa solidão eterna
É a minha estrela
Um pedacinho de céu
Que brilha mesmo quando tudo está escuro
E a esperança parece desvanecer
Ela está sempre lá,
Com um sorriso
Se eu pudesse alcançá-la..

Quando penso que estou quase a conseguir
Uma nuvem cobre o seu belo cintilar
Uma lágrima deixo cair
Juntando-se às milhares que agora formam um lago
Que mostra as saudades que tenho dela
Quando podia voar e estar com ela
Agora caí neste lugar
Onde amor não consigo encontrar
Cinzento, triste e agora mais frio
Que acabou por congelar o meu coração.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Desvaneios

Rosa bela e espinhosa
É como a vida enganosa
Em que uns nascem em pétalas
E outros em espinhos.

Eterna Apneia

Como é imprevisível
O mundo que nos rodeia
A dor que nos acolhe
Nesta eterna apneia
Em que o ar que respiro
Se me escapa dos pulmões
Olho para lá do horizonte
Numa tentativa de alcançar
Algo para além desta tortura
Sofrimento e amargura
Sinto-me cheio e ao mesmo tempo vazio
Por passar tantas horas a fio
A tentar perceber estas lanças cravadas
Que me deixam feridas ensaguentadas
Nas costas, ombros e coração
É tão dolorosa a incompreensão
A falta de um sentido para a vida
E todas as razões para a morte.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Céu Cor de Sangue

Eu vejo o céu cor de sangue
Sinto o cheiro a terra ressequida e estéril
Gritos de espanto e horror
Corpos em putrefação e fedor
Enfeitiçam a luz da lua neste cemitério sombrio
Onde até os esqueletos tremem de frio
O nevoeiro encobre os nomes
Daqueles que jazem aqui
Mas não estão em descanço
Árvores negras de troncos nus
E aves nocturnas que chamam os mortos
Enaltecidas são as criaturas das trevas
Por mais uma noite sombria e gelada
E a memória do dia apagada
Para sempre das mais profundas memórias.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Memórias

A noite trouxe a calma
Que o dia infernizou
Deito-me neste chão de pedra
Fecho os olhos e sinto uma flor
Vejo uma flor e até consigo cheirá-la
Uma rosa vermelha
Cor de sangue, cor de vida e de paixão
Ela não existe senão na minha mente
Foi o meu sonho que a criou
Não passa de ilusão, memórias e confusão
Dor e mágoas do coração
Mistérios reinam esta vida
E muitos mais a morte
Sentimentos de vazio e solidão
Invadem cada coração
Consomem a alegria e sentido de viver
Fazem-nos querer morrer
As sombras que nos confundem e envolvem o ser
Fazem-me desistir de tudo à minha volta
Mesmo que seja sem querer
Feridas teimam em aparecer
Feiticeiros da noite
Concedam-me os mistérios do mundo
A minha identidade, amor e felicidade
Espíritos da natureza devolvam a beleza
A confiança e a certeza de uma vida sem sofrimento
Deixem-me acordar deste sonho onde se vive para sempre
E a dor não acaba nunca
Quero paz e descanço
É isso que não alcanço.

Noite de Outono

Sou um sonhador perdido nas sombras
Sozinho na noite crepúscular
Onde habita a luz do luar
E as estrelas brilham timidas lá no alto
Com o vento e as folhas dançando
Oiço os anjos cantar
Sinto esta lápide a gelar
As minhas costas a arrepiar
Semicerro os olhos e sinto a brisa
A acariciar o meu cabelo de frente
Como se os mortos me estivessem a falar
Como se aquele dia ficasse gravado para sempre na minha memória
Como se senti-se o presente, passado e futuro todo ao mesmo tempo
E o universo trasmutá-se todo ao meu redor
Tantas respostas queria ouvir
Tantos beijos teus queria sentir
Mas é nesta noite calma de Outono que me consolo.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

O Coração Pesa

O coração pesa
Na angústia da solidão
Feridas que custam a sarar
Mágoas que teimam em ficar
Na sombra deste lugar
O amor que quero encontrar
Mas que não consigo

Perdido por este mar de sombras
Onde há escuridão e ondas
De sofrimento e desespero
Um lugar onde impera o medo
E crianças choram no escuro

Flores que murcham de tristeza
A solidão que lhes tira a beleza
A cor e o aroma
Endurecem os espinhos que magoam
E ferem o meu coração

Me deixo afundar nas trevas do destino
Um abismo sem hino
Sem amor e sem sentido
Tudo é cinzento
Não há cor
Só desespero, morte e dor.

Amor

Amor é alegria e sofrimento
Companhia e solidão
Carinho e Saudade
Tristeza e felicidade
É arder o coração
Por tanta emoção
É voar no pensamento
Estar contigo
E dar-te a mão.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Psico-Grind

Dêem-me corpos
Dêem-me sangue
Aos quilos e aos litros
A escorrer e a esguichar
Quero carne humana a dilacerar
Seja o que for quero-o muito
Até que me possa banhar
Apertar, rasgar
Com as unhas e os dentes
Pelo cabelo e pela pele
Seja quente ou frio
Desde que me faça um arrepio
Eu quero sentir tudo de uma vez
Ah como é bom sentir os corpos
Como relaxa sangue ainda quente pelas costas
Pára de ler se não gostas
Pois a muitos isto choca
Mas os cadáveres foram para se sentir
Não para chorar,
Sim para rir
AHAHAH
Os mortos não sofrem
A morte levou toda a dor
É na vida que se sofre
Mas ainda há quem desgoste
Do que está morto
Desperdiçam-no como engodo
Estúpidos são
Não lhes palpita o coração
Com as entrenhas a sair
A mim faz-me rir
Que gozo absurdo
Mas qual não o é?!

Deus "Ser Imaginário"

Que ignorância
Tremenda crueldade
Para a humanidade
Que conduz a sua vida
Por um ser imaginário
Como aqueles
Que se tem no infantário
Na cresce ou no berçário
A fé é cega da razão
É ser dogmático e não ter coração
Pois Deus justifica muitas atrocidades
Torturas e crueldades
O conceito de divindade e religião
Não passa de controlo e manipulação
É encher a cabeça com merda
É limitar o cérebro humano
Nós pensamos não por inspiração divina
Ou sequer a existência de uma alma
É pois pela existência de um cérebro
Usemos então esse cérebro
Livres de contos de fadas inúteis
Ideias mesquinhas e fúteis
Não posso ser bom com o próximo
Apenas por temer um castigo
Ou almejar uma recompensa
Se assim for
Temo de horror pela humanidade
Em que o bem é sinónimo de falsidade
E o mal ao menos esse
É verdadeiro
Embora cruel e carniceiro
Não tem nada a esconder
É assim e prontos
Tem de ser.

Descontente

A vida é inconstante
E o ser humano descontente
Por mais que tente
Nunca está satisfeito

Há sempre alguma razão que interfere
Algo por mínimo que seja nos entristece
Por maior que sejam as coisas já conquistadas
Haverá sempre algo por conseguir
E essa será a nossa tristeza
O descontentamento pelo que não se tem
Em vez da felicidade pelo que já se conseguiu

A felicidade vem ter conosco
E nós insistimos permanentemente
Em complicar
E procurar
A tristeza, a infelicidade.

Pensamentos

O amor que nos custa tanto a ganhar
Um dia perdemos
Um sentimento de dor e vazio nos preenche
A falta daquela pessoa especial

Há coisas que deviam ser para sempre
Mas nada é eterno e imutavél
Apenas uma coisa é certa
A mudança..

Tudo à nossa volta está em movimento
Até o chão que nossos pés pisam a cada passo
Seja ele para a frente ou para trás
Quer estejamos tristes ou muito felizes
Não ficamos assim para sempre

Esta é a grande lei do universo
O tempo está no aqui e no agora
O presente é o único tempo que verdadeiramente existe
O passado não passam de memórias
Acontecimentos virtuais
O futuro ainda não aconteceu e até mesmo ele
Um dia será presente

Se estás feliz agora
Inspira fundo
Aproveita o momento

Se estás infeliz
Pensa que não será para sempre
Isso terá de mudar
Nada é permanente
Tudo é efémero e provisório.

O Amor Brilha

O amor brilha através dos teus olhos
O desejo desperta com o teu toque
A saudade com o teu cheiro
A tua voz que me adoça o coração
E tudo o que tu fazes
Com amor brilha
Brilha por todo o lado
De mim para ti
E de ti para mim
Tu és linda
Não tens que te preocupar
Com o brilhar das estrelas
O teu sorriso que nunca se apaga
No meu coração.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Burned With Desire

Every time I’m sad
I know you are just here
By my side
To kiss me
Hold me and
Tell me
Everything it’s ok
Suddently the clouds open over this darken path
The rain stop falling over our bodies
And the stars, shines again
The universe and the sky smile to us
Is something in you that calms me down
Your eyes that shines over mines
Clean my tears and heal my broken heart..
Forever burned with desire
For you!

sábado, 12 de abril de 2008

The magic of the moment

The magic of the moment
One day you came to my world
Now you are my world
I want to be free
To do what we want to do
In the darkness sometimes I can see the light
I see the light that blinds me every time I want to be happy
And free from you
We almost got the way
Is no surprise
The shine in your eyes
You are my highway to the sky
Look at my face
I can’t ear you
I want to feel your illusion
Try to feel alive
Keep it coming
You know the time is now
Anything gonna get us down
Take this like understood
What are you waiting for?
Don’t try this anymore
I follow my Star
You, in this darkness path
I think I know myself now
Because I find you
But it’s not true
I will tell you
Keep it together
This thing alive
Forever burned with desire

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Recordações

Recordações de um passado negro e distante
Tenho medo de me afastar
Libertar-me da segurança das memórias
Para um futuro imaginado e incerto
Mas é bom sonhar
Um refúgio para a dura realidade
O amor que carece no meu coração
Lágrimas que caiem do seu sofrimento
Incompreesão aterradora
Deste mundo mórbido e cinzento
Flor que seca e perde toda a cor
O aroma e o esplendor
Como céu que obscurece
Caindo chuva quando anoitece
E a lua sobe timida por entre as estrelas..

Toca-me

A esperança de te poder ver mais uma vez
Mantem-me vivo
Faz o sangue correr nas minhas veias
Por mais frio que esteja
Por mais congelado que o meu coração tenha ficado
O teu olhar que me derrete
E aquece a minha alma
O teu mundo que dá vida à minha existência
Mesmo que não te possa tocar
E nossas mãos não consigam alcançar
O toque um do outro
O que a vida nos separou
A morte nos irá juntar..

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Terra de Fadas

Fadas deambulam pelas sombras com o vento
E as árvores que dançam com as almas dos mortos,
Noite fria em que reina no alto do horizonte a lua
E onde a morte faz sua presença para roubar a tua vida sem pena.

Nesta colina encantada
Onde os espíritos da terra, água, fogo e ar
Têm suas raízes nesta terra de sonhos
Que permanece encerrada nos contos
Um mundo que busca a tua alma
A essência da magia e da fantasia
Entra neste mundo encantado através dos teus sonhos
Guiado pela noite ancestral iluminada pela lua
Nesta terra de fadas onde os sonhos nunca acabam.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Último Adeus

Ó morte
Abraça-me
Acolhe-me desta vida sem sentido
Muito tenho sofrido
Para aqui esquecido
Neste lugar sem abrigo

Um último adeus
Um beijo de amor
Nesta vida de horror
Sepultado com esta sentença
Onde não há esperança
Amor ou crença

Apenas escuridão
Ao fundo vejo sangue
Lágrimas
Solidão
Esquecimento
Ausência de perdão

Já não tenho solução
Caí no abismo
Ninguém me salva
Sou um corpo sem alma
Vampirizado pela humanidade
Que com a sua crueldade
Me tirou tudo o que tinha
A esperança...

Fantasia

Voar nos pensamentos
Sentir o vazio
O calor e o frio
Que me envolve o ser
É conseguir querer e ter
É poder imaginar
E acontecer
Os sonhos são a chave
Para a tua realidade
Sente a brisa lunar
A luz timida da lua
É nossa
Minha e tua
Abraça o céu
Apanha as estrelas com as mãos
O mundo pode ser teu
Abraça a felicidade
Não tenhas medo
Esquece a crueldade
E segue em frente
Minha boca não mente
Podes ser feliz.

Sinto me vazio

Sinto me vazio
Nem dor
Nem sofrimento
Alegria nem emoção
Já não sinto o coração
Estou morto
Cá por dentro
Só o sentimento
Frio horrendo
Já não pertenço aos vivos
Nem aos mortos tão pouco
Sou um espectro deâmbulante
Ausente e distante
De todos os que me rodeiam.

As lágrimas não saiem
Mutilação é necessária
Para me sentir vivo
Libertar esta dor
Deste mundo de horror
Ausência de amor
Mutila-me o coração
Feridas que não param de sangrar
Tão fundas na carne
Na minha pele
Na minha mente e no meu coração
Doi profundamente
Sangue derrama-se no chão
Eu e só eu
Nesta minha eterna solidão.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Eliminei a Luz

Não há nenhum beijo
Que consiga quebrar o feitiço
Estou congelado para sempre
O meu coração
Está despedaçado
Eu eliminei a Luz
Agora está tudo escuro
Só as estrelas brilham
E mesmo elas
Um dia irão cair
E então tudo
Estará acabado...

domingo, 20 de janeiro de 2008

Vampiros Alienígenas

Vampiros alienígenas
De olhos negros e profundos
Dentes aguçados
Todos ensaguentados
Há banquete
Corpos humanos
Frios e mutilados
Formam-se rios e lagos
De muco e plasma
Fetos boiam
Mães moridundas gritam
Em agonia
Doce e fria
Todos condenados
A uma dor eterna
Sugadores de sangue
Amontoam-se em festim
Para uma preciosa refeição
Que ternurento encontro
Entre os seres mais trevosos
Da escuridão
Sedentos
Por sangue
Dor e sofrimento
Sugadores de sangue e não só
Sugadores até da dor mais atroz
A dor mais horrível que um humano
Pode suportar
É divertido
É saciante
Venham seres das trevas
Criaturas holocausticas
Para derramar mais sangue
Neste vale de mutilação
Onde dor é emoção
E sangue
Como água saciante..

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Olha para mim

Olha para mim
Faz-me recordar
Abraça-me
Agora sim
Recordo-me
Foi especial
Foi como um canto para o meu coração
Eu lembro-me
Vejo em minha memória
Esses momentos
Felizes
Únicos
Especiais
Quando olho para estrelas
Sinto que tudo é possível
Estar contigo
Outra vez
Como antes
Abraça-me
Mais nada importa
Só os dois
Para sempre

Confia

Não há nada que temer
A realidade abraça a fantasia
Vais ficar bem
Eu prometo
Concentra-te apenas
Confia em mim

Isto é um sonho
Para mim e para ti
Isto não é a realidade
Ilusões,
Estão elas por todo o lado
Eu espero por ti
Dá-me a mão
Não há pressas
Confia,
Vamos..os dois!

Sofro

Sofro
Se estou longe de ti
Sofro
Se estou perto
Pois não consigo dizer o que me vai no coração
Sinto e sofro
Só estou bem onde não estou
Se estou indo sem saber
Para onde vou
Pois contigo sofro
Sem ti também
Apenas sinto
E sofro

Nunca me senti assim

Nunca me senti assim
Desde o dia em que te vi
E quero me sentir assim outra vez
Foste enviada lá de cima
Um pedacinho de céu

Estás por aí algures
Perdida
Eu te procuro
Eu te desejo
Cheio de paixão
És a minha estrela brilhante

Quero voltar a ter
O que de certa forma perdi
Quero voltar a ter
O que de certa forma preciso
Espero por esse dia
Algures no tempo e no espaço
Quero a ti
Um beijo, um abraço...

Levem-me de volta
Para algo que de certa forma amei
Levem-me de volta
Para algo que de certa forma preciso
Algures, por aí..
Só sei que preciso,
De ti..

Eternidade sem Sentido

Para que preciso da eternidade?
Basta um momento contigo
Um só momento
Um momento especial
Do que uma eternidade
Solitária e triste
Fria,
Em dor e agonia
Para que preciso do tempo todo
Se não posso usá-lo contigo
Para que preciso?
Já nada faz sentido
Sem ti...

Um sonho

Eu tive um sonho a noite passada
Tu estavas lá
Agarraste a minha mão
Com força
Eu apenas pensei
Morri
Lembras-te?
Quando nos divertíamos imenso
Eu também chorava às vezes
Esses dias acabaram
Lembras-te?

Eu quero voltar
Para aqueles dias
Em que estávamos juntos
E nos divertíamos
Quando eu penso
E acredito nisso
Eu acredito que consigo voar
Tão alto
Até às estrelas

Eu preciso que fiques
Fica!
Vem e fica!
Comigo...

Amizade

Estou sozinho: Tenho a ti
Estou perdido: Tu guias-me
Deixaram-me à chuva: Tu abrigas-me
Não sei para onde caminhar: Tu vens me ajudar
Contigo vou encontrar a felicidade
Simplesmente porque tenho a tua amizade
Por favor
Não me deixes
Não te afastes
Somos amigos
És especial para mim
Porquê?
Eu sei que é assim
Até na escuridão
Podemos encontrar um pouco de luz
Não há que recear
Eu vejo essa luz
Dá-me a mão
Vamos voar!

domingo, 13 de janeiro de 2008

Nojo de ser humano

Tenho nojo de ser humano
De pertencer a este mundo insano
Onde a humanidade fede
De hipocrisia, falsidade,
Todos fogem da verdade
Com medo da dura realidade
Que os enfrenta e atormenta
Estou de luto pelo mundo
Pelas pessoas e por aquilo
Em que me estou a tornar
Não consigo mais suportar
Esta cova de mentiras
Onde se enterram inocentes
Para os calar...
Há que rebelar
Atacar
Entrar a matar
A ganância
Com que roubamos o nosso Lar
A terra, nosso altar
Lugar sagrado
Precioso e raro
Que andamos a mutilar
Saquear ao máximo
A sensação de superioridade do género humano
Sobre os outros seres
Dá-lhe a irracional ilusão
De que podemos dispor
Matar, massacrar até ao último ser que encontrar
Florestas queimar
CAPITALISMO para a rua
RACISMO, NAZISMO temos de matar
O tempo de matar chegou agora
É altura de rebelar
Contra injustiças
O buraco
O cancro do mundo
Num mundo de tolerância zero
Mata-se por injustiça
Que se mate agora então
Contra este cancro
A própria humanidade
Que na sua insanidade
Pensa imperar
Sobre tudo e todos
Sobre aquilo que o sustem
Mas que não mantém
Por egoísta consumismo
Não posso mais
Não consigo aguentar
Ver este mundo assim
Injusto
Nojento e sujo
Sem entrar
A matar...

Morte aceita-me

Morte aceita-me, toca teus lábios nos meus,
Tão frios...
Ajoelha-te perante mim para me receber
Sinto-te a meu lado como que um arrepio gelado, pois a atmosfera está fria, já nem sinto agonia ou desespero.
Sim estás perto, quase me tocas, ajuda-me a passar para o outro lado, para os teus domínios.
Estou sozinho abandonado, a voz não saí, a minha última lágrima cai e deixo-me ir...
O mundo é cinzento, mas agora vejo cores, sinto amor e odores...
O odor da morte não é o que seria de esperar, é como um campo de flores silvestres no rebentar da primavera, espinhosas letais mas cheirosas...
A morte é um anjo frio, distante e misterioso também ele esperançoso, por um dia me vir buscar.
Por agora fico como espectro negro entre dois mundos, o da vida e da morte, mas que sorte sentir o mundo da realidade e fantasia abraçarem-se num eterno beijo que agora eu vejo.
Morte, trás ao mundo dos vivos a fantasia que lhe falta, a calma, a paz que enche o coração mas que não me tira a dor, a solidão.
A vida é cinzenta e egoísta, a morte é calma e negra, a paz que quero encontrar só quando ela me abraçar, beijar...um beijo frio que me suga a alma, um último suspiro (de adeus) um último momento consciente pois sofrer é viver, morrer é diferente.
Sinto frio, é ela a abraçar-me e dizer-me para ir, não posso resistir a esta sua tentação, me entrego com emoção e feliz sinto sua chegada.
Porque temem a morte?
É a vida que nos mata!
A morte recebe-nos do abandono e desamparo, para o descanço final e aqui eu comparo a um anjo que nos recebe, mas ninguém percebe...

Dá-me a mão, vamos voar

Dá-me a mão
Deixa-me,
Lhe pegar
Sentir-te
Nem que seja assim
Olha também para mim
E fixa teus olhos nos meus
Para mergulhar
Pela sua imensidão
Sentir o ardor da paixão
Que eu sinto por ti

Agora de mãos dadas
De faces encostadas
E asas esticadas
Vamos voar
Por aí...
Não importa onde
Desde que seja contigo
Vamos nos esconder
Em qualquer abrigo
Longe de tudo
E de todos
Só preciso de ti
Desde que estejas assim
De mãos dadas
E ambos
De faces,
Encostadas...

Céus Negros

Céus negros
De anjos caídos,
Eles fugidos,
De injustiça e submissão.

Nenhum deus é mais cruel
Que o próprio deus...
Cria filhos que são seus,
E os faz sofrer,
Num abismo como a terra
Deixando-os perecer.

Na sua impenetravél divindade
Compreensão ou crueldade,
Distância se faz fazer,
Entre um criador e suas criaturas
Cheias de amarguras,
Isto sem saber,
Que a eterna Saudade,
Nossa cruz e lealdade
Tem de se fazer.

Tem de se cumprir
Não há como fugir,
Deste escravo destino
Tocado ao som do violino,
Que eu não escolhi,
Tenho de o seguir
Mas enfim...
Nem todos podem ser felizes
Cada um tem suas raízes,
E as minhas vêm da escuridão...
Das trevas, é minha paixão,
Com este senão
De ser revolucionário
Por querer o contrário,
Mas que sigo com coração.

Um sofrimento só meu

Um sofrimento só meu...

Porque não podemos ser como duas crianças a passear de mãos dadas numa eterna alegria de viver, sem nada temer...
A perda, a solidão e o sentimento vazio de não te ter a meu lado.
Em que as noites parecem mais frias e escuras...
Onde um beijo teu, um carinho na minha face, um olhar faziam resplandecer o meu coração trespassado pelo meu sofrimento.
Um sofrimento só meu...
Uma incompreesão tão dolorosa.
Eu quero voltar a ser criança,
Onde risos se fundem com flores de Primavera e onde o Sol brilha aquecendo as nossas faces de alegria e esperança.
Há muito que perdi a capacidade de chorar,
O meu coração esfriou, mas continuo a amar,
Um sentimento de sofrimento que não consigo terminar.
Sinto-me caído do céu,
Mas não tenho asas,
Apenas as lágrimas me denunciam,
Um sofrimento...
Serei algum dia compreendido?Amado?
Tudo à minha volta está escuro,
Só ao longe vejo algumas estrelas a brilhar,
Se ao menos fosse uma lágrima tua...apesar da minha curta existência,
Percorreria a tua face e tocaria teus lábios.
Faz-me acreditar que ainda é possível sonhar,
E tornar meus sonhos em realidade,
Num mundo diferente...

Num mundo diferente, feito de ilusões
Num mundo diferente, onde podemos amar-nos
Num mundo diferente, baseado nas emoções
Num mundo diferente, onde reinam mistérios
Num mundo diferente, da tua imaginação
Num mundo diferente, onde o amor é possível
Num mundo diferente, sem gravidade
Num mundo diferente, feito de paixão
Num mundo diferente, onde se perdeu a realidade...
Onde se perdeu a realidade...
Onde tudo é possível...
Fala-me dos teus sonhos...
Fala-me do teu mundo...
Para que eu possa perceber o que diz o teu olhar...
Eu quero chorar, mas já não saiem lágrimas,
Geladas pelo meu coração,
Duro de solidão...
Onde a noite e a escuridão são minhas eternas companheiras...
Refugio-me nas noites frias de Outono,
Onde as folhas caiem...
Onde a natureza se recolhe em aparente tristeza,
Mas em que o Sol da Primavera devolve-lhe a alegria e todo o esplendor...
O meu coração também precisa do calor do teu olhar para resplandecer de alegria, para que as minhas lágrimas possam cair mais uma vez, mas de carinho e esperança...
De um dia ser feliz a teu lado...
Num mundo onde a fantasia e ilusão superam a dura realidade...
Onde todos são felizes ao lado daqueles que amamos...
Que eu possa ouvir a tua voz por uma última vez...
Tu tornas a minha vida numa rosa onde os espinhos se tornam suportáveis...
Meu querido anjo, diz-me se um dia serei capaz...

Perdido pelas sombras

Estou perdido em desespero
nesta cova no meio do escuro
no meio do nada
nesta minha nova morada
minha eterna morada
deus me abandonou
neste lugar frio e distante
onde flores morrem sobre estes céus cinzentos
em que as minhas lágrimas
são sua única fonte de vida e sustento
neste mundo sem cor
repleto de dor
de carinho e amor
minhas lágrimas formam riachos, rios e oceanos
não podem ser enchutas nem com panos
ou secura deste mundo cruel
onde até os mais lindos anjos
choram em agonia triste solidão
onde a falta de amor e calor
nesta vida fria
a mim faz sofrer
de tanta incompreensão.
Choro pela humanidade
em que ninguém quer saber da verdade
nem tão pouco de cor
cheia de sabor
onde só o amor
me dá tamanha felicidade
quero estar a teu lado
e poder te abraçar
sentir o teu cheiro
neste lindo sonhar
que é sermos felizes como conto de fadas
que ouvia em criança
nessa altura cheia de sonhos, esperança...
mas que tamanha inocência
ou precoce demência
por em tantas falsas verdades acreditar.
Ao som do violino
vejo o meu triste destino
sem mais acabar
mais ainda terei de chorar
para poder aguentar
neste escuro abismo.
Que saudades dos tempos em que sorria,
abraçava e podia
sentir o carinho de alguém
o amor de uma mãe
que ama o seu filho.
Eu rezo,
eu vejo,
eu sofro,
eu chamo,
eu caio,
eu sinto,
eu morro por ti.
Dá-me só uma oportunidade para te fazer feliz
como sempre quis
meu amor
neste mundo sem cor
onde só te tenho a ti.
O violino canta como choro do meu coração
onde lágrimas tocam melodias de paixão
e ritmam as dúvidas que tenho em questão.
Questões essas
que guardo em minha pele
cortada de saudade por ti
que acabou minha felicidade
e que agora só avista solidão.
Dor e desespero
por sonhos que se tornaram erro
e que hoje me fazem sofrer por não te ter.
Rosa bela e espinhosa
é como a vida enganosa
em que uns nascem em pétalas
e outros em espinhos
feridos pelo destino
má sorte a vida lhes fez chegar
o que a sorte não foi encontrar
e parece não ver caminho.
À chuva me deito
e assim aproveito
suas caricias e deleito
me faz recordar
o que me fizeste passar
naqueles dias só para nós
me arrasto com minha própria cruz
aquela da minha criação
estou perdido em desespero
estou perdido e abandonado
por mim, para morrer em solidão.
A luz divina que me cega hoje
um dia irá falhar
luz cega de justiça
mas que por vontade de conquista
por nossa obediência e submissão
diz ser por amor e coração.
Estou a perder minhas emoções
já não me comovem paixões
nem tão pouco aqueles que por sofrimento choram
pois um dia também já sofri
e agora morri
para nunca mais levantar
desta cova tão pequena
mas que já me parece amena
de o mundo lá fora tão frio estar
quero nunca mais acordar
desta minha sentimental congelação
onde pareço não ter mais coração
e assim ninguém me pode ferir, desiludir.
Por vezes só me apetece fugir, desta vida...