domingo, 13 de janeiro de 2008

Perdido pelas sombras

Estou perdido em desespero
nesta cova no meio do escuro
no meio do nada
nesta minha nova morada
minha eterna morada
deus me abandonou
neste lugar frio e distante
onde flores morrem sobre estes céus cinzentos
em que as minhas lágrimas
são sua única fonte de vida e sustento
neste mundo sem cor
repleto de dor
de carinho e amor
minhas lágrimas formam riachos, rios e oceanos
não podem ser enchutas nem com panos
ou secura deste mundo cruel
onde até os mais lindos anjos
choram em agonia triste solidão
onde a falta de amor e calor
nesta vida fria
a mim faz sofrer
de tanta incompreensão.
Choro pela humanidade
em que ninguém quer saber da verdade
nem tão pouco de cor
cheia de sabor
onde só o amor
me dá tamanha felicidade
quero estar a teu lado
e poder te abraçar
sentir o teu cheiro
neste lindo sonhar
que é sermos felizes como conto de fadas
que ouvia em criança
nessa altura cheia de sonhos, esperança...
mas que tamanha inocência
ou precoce demência
por em tantas falsas verdades acreditar.
Ao som do violino
vejo o meu triste destino
sem mais acabar
mais ainda terei de chorar
para poder aguentar
neste escuro abismo.
Que saudades dos tempos em que sorria,
abraçava e podia
sentir o carinho de alguém
o amor de uma mãe
que ama o seu filho.
Eu rezo,
eu vejo,
eu sofro,
eu chamo,
eu caio,
eu sinto,
eu morro por ti.
Dá-me só uma oportunidade para te fazer feliz
como sempre quis
meu amor
neste mundo sem cor
onde só te tenho a ti.
O violino canta como choro do meu coração
onde lágrimas tocam melodias de paixão
e ritmam as dúvidas que tenho em questão.
Questões essas
que guardo em minha pele
cortada de saudade por ti
que acabou minha felicidade
e que agora só avista solidão.
Dor e desespero
por sonhos que se tornaram erro
e que hoje me fazem sofrer por não te ter.
Rosa bela e espinhosa
é como a vida enganosa
em que uns nascem em pétalas
e outros em espinhos
feridos pelo destino
má sorte a vida lhes fez chegar
o que a sorte não foi encontrar
e parece não ver caminho.
À chuva me deito
e assim aproveito
suas caricias e deleito
me faz recordar
o que me fizeste passar
naqueles dias só para nós
me arrasto com minha própria cruz
aquela da minha criação
estou perdido em desespero
estou perdido e abandonado
por mim, para morrer em solidão.
A luz divina que me cega hoje
um dia irá falhar
luz cega de justiça
mas que por vontade de conquista
por nossa obediência e submissão
diz ser por amor e coração.
Estou a perder minhas emoções
já não me comovem paixões
nem tão pouco aqueles que por sofrimento choram
pois um dia também já sofri
e agora morri
para nunca mais levantar
desta cova tão pequena
mas que já me parece amena
de o mundo lá fora tão frio estar
quero nunca mais acordar
desta minha sentimental congelação
onde pareço não ter mais coração
e assim ninguém me pode ferir, desiludir.
Por vezes só me apetece fugir, desta vida...

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