segunda-feira, 26 de maio de 2008

Folhas Secas De Outono

Vejo folhas secas de Outono que caiem com esta rajada de vento
Como as memórias que se me passam pela mente e me cortam de dor.
Deixo cair lágrimas que secam neste chão ressequido pelo ódio da humanidade.
Avisto a morte que se aproxima e peço para que me salve deste mundo vazio e frio,
Da vida que me matou tão lentamente.
E agora caio num buraco escuro e frio para nunca mais voltar deste arrependimento.
Através da inexistência que é a eternidade vai meu espírito como vulto invisível e esquecido para sempre dos campos e vales floridos pela Primavera na alegria da infância em que a minha felicidade era não pensar nos males do mundo e tudo era céu azul.
Agora partilho a lágrima pela perda dessa inocência e vejo o céu cor de sangue, como as feridas que cravo na minha carne chorando ela também pelo mundo, sentindo a vida a fugir-me pelos olhos e o último suspiro a sair deste pesadelo entrando eu no sonho da morte em que tudo parece perfeito e a dor desvanece.
O céu torna-se outra vez azul e sinto as flores a acariciar-me, ao florescer de novo em mim.

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