quinta-feira, 31 de julho de 2008

Não Estás

Quando me deixas para trás
E deixo de te ver
Por detrás 
Deste meu jeito de ser
Sinto arrependimento
Nestas lágrimas que caiem
Ao silêncio da noite
Escura, fria, mas aconchegante
Onde posso então repousar
Por não te ver
Não te encontrar.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Sangramento

Num ritual de cortes
Uns mais leves
Outros mais fortes
Sangrando pelo chão
Elimino sentimentos
De raiva e frustação
Não sou perfeito
Nem imune ao defeito
Sinto-me desprezível
Por não aguentar
Tento ser insensível
Para poder ultrapassar
Mas os pesadelos
Esses, teimam em ficar
Porque continuo vivo
Se a morte me espera
Tão doce destino
Enquanto meu cadáver envelhece 
E minha alma se degenera.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Teus Olhos

Teus olhos
Tão verdes, tão lindos
Uma expressão de amor
Que me transmite um calor
Forte e apaixonante
Inquietante, por dentro
Mesmo no centro
Do meu peito dolorido
Muito tenho sofrido
Com tua cruel ausência.

Sem Pulsação

Durmo esta noite sem pulsação
Iludindo-me com a vida
Enganado pelos sentidos
Um cheiro presente
Uma carícia que se sente
Mas no fundo são falsas ilusões
Estou sozinho como cadáver
Morto sem ti
Só tu fazes bater meu coração
Sem ti o sangue congela nas minhas veias
Tudo deixa de valer a pena
Sinto sem sentido
Por te ter tido
E agora perdido
Tinha um sonho
Agora parado no tempo
Já não sei se aguento
Suster mais a respiração
Quero ter-te agarrada a mim
Para novamente bater meu coração.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Se Eu Fosse Como Tu


Se eu fosse como tu
Detinha o mundo nas minhas mãos
Faria os outros sorrir
Seria especial e único
Se eu fosse como tu
Veria o sol a brilhar
Numa eterna alegria de viver
Sentindo que tudo era possível
Se eu fosse, como tu...

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Separados

Porque não te posso tocar
Pegar pela mão e beijar
Estando assim condicionados
Tão perto, mas separados
Que dor me assola o coração
Que sentimento de desilusão
Nesta necessidade que tenho de ti
Por um afecto que não consegui
Nesta nossa indecisão.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Amargura

Meu coração cai
Como gangrena mal cheirosa
Minha alma congela
Meus olhos sangram
Minha pele arde
A voz sai muda
Lá fora o sol brilha
Mas cá dentro
Sinto horror
No meu interior
Um ódio crescente
Que não se vê
Mas se sente.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Cova Sentimental

Dá-me a tua mão
Toca-me com os dedos
Não consigo alcançar mais
A distância não o permite
Eu quero-te mas não chego
Quero estar mais próximo de ti
Ter o teu aconchego
Sentir-te aqui
Mas a impiedade exterior
Coloca-nos neste horror
Grita a minha alma
Por mais um momento contigo
Os meus sentidos atordoam-se
Por mais um tempo na tua ausência
Os teus carinhos 
Agora, minha carência
Entro numa cova sentimental
Lapidada por mim próprio
Deixado para trás sozinho
Sem atenção de alguém 
Que me queira bem
Desencaminhado para sempre 
Nesta maldição
Deâmbulando para a solidão
Ofuscado pela luz
Semicerro os olhos sem ver
Até os confins do vazio 
Para me perder.

Lágrimas Perdidas

Lágrimas não lavam
Memórias acumuladas
Por anos de solidão
Sentimentos de culpa
Tristeza e frustação
Numa fome de esperança
Transformando-se em ódio
Acabou esta jornada
Previamente destinada
Por lágrimas, 
Que não lavam...

Enigma

Na tua ausência
Minha demência
Vazio da saudade
Sentimento perdido
Para além da verdade
Afecto sentido
Confusão sensorial
Prazer da felicidade
Numa busca sentimental.

Longe

Preciso de te abraçar
Ter-te ao pé de mim
Sentir o teu olhar
Os teus gestos, o beijar
O cheiro e acordar
Contigo a meu lado
Tão carinhosa
Tão gentil
Fazes o meu coração
Palpitar a mil
Só tu me fazes sentir assim
Estar longe e ao mesmo tempo 
Sentir-te ao pé de mim.

domingo, 20 de julho de 2008

Pérola Escondida

Uma pérola escondida
No fundo do mar
Uma preciosidade rara
Que desejo encontrar
Neste surdo silêncio
Sombreado pelo luar
Perco-me pela escuridão 
Dos oceanos da minha mente
Como marinheiro que segue 
A sua sereia e a sente
Tão bela e encantadora
Uma perdição mortal
De voz doce e delicada
Que me chama para a morte
O calor escapa do meu coração
Fico apático e sem emoção
Neste mundo de racionalidade
Onde os sonhos fogem 
Da dura realidade.

Desejos

Teus lábios gulosos de amor
Teus olhos sedentos de paixão e calor
Tuas mãos de segurança e carinho
Por este longo caminho
Que precorre da tua face 
Até aos teus pés
Agora entrelaçados de vez
Numa harmonia cintilante
Tão esbelta, reconfortante...

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Carícias Nocturnas

Sobre carícias nocturnas
Deslizando como vento
E tocando suavemente
Teus cabelos soltos ao luar
Uma confissão, um olhar
Um desejo guardado no coração
Precorre tua pele delicada,
Desejada, num abraço contra teus seios
Nesta noite, que te como a beijos.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Caio Em Mim

Caio em mim depois de tanta ilusão
Tanto carinho guardado no coração
Libertado por um gesto, um olhar
Agora realizo um estranho acontecimento
Que não esperava tão cedo neste momento
Uma morte que se avizinha
Que percebo agora ser minha
Um sentimento mortal
Que cai sobre mim
Porque tinha de ser assim?
Talvez não esteja destinado a ser feliz
Como idealizei, como sempre quiz
Algo surge para me abater
Atrapalhar, enlouquecer
Mas eu não quero esquecer
Preciso de tempo para pensar
Estar longe, descansar
Obter um novo olhar
Sobre a minha situação
Perceber se foi em vão
Ou não...

I Want To Cry

I want to cry
I want to go away from this life
And say goodbye
From this sickness world
So empty and cold
Like a last death breath.

Now too cold for tears
Frozen by the pain of years
Traped in this doomed life
This meaningless and useless life
By fealings of fear and loss.

Encontro

Se te cai mais uma lágrima de saudade
E se me esperas à janela incessante
Soltando um suspiro na ilusão
De me voltar a ter aqui
Como imagem borrada
Através da beleza dos teus olhos
Neste dia sentido e destinado
A acabar com a tortura
Desta ausência sofrida
Como ritual de uma paixão incontrolável
E um amor que aumenta com a distância
Esperançoso por um futuro encontro apaixonado
De almas e corpos
No consolo das tuas carícias
Em palavras que acendem a alma
Dos nossos desejos mais íntimos.

Melancolia

Vivo de sentimentos e emoções
Memórias e pensamentos passados
Presos a um imaginário
Solúvel e quebradiço
Envolvido num misto de melancolia
Por aquilo que já vivi
Num passado agora perdido para sempre.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Último Suspiro

Perdido neste mundo doentio
Corrompido de corrupção
Amaldiçoado pelo destino
E desencaminhado da luz
Afasto-me sem voltar
Para um lugar impossível de suportar
Duas almas ligadas
Duas sombras envolvidas
Num estranho entendimento
Caladas num momento
Infinito no tempo
Gravado no meu coração
E de repente esquecido
Como uma brisa fria
Deste mundo impessoal
Ligados para sempre
Beijando-te num último suspiro
Para sempre nos meus sonhos
Meu amor,
Para sempre nos meus sonhos mais queridos.

Chorei

Chorei durante anos
Lágrimas geladas
Um coração duro e frio
Sozinho na minha tristeza
Procurando a beleza
Contida em cada ser
Em cada espreitadela
Pela minha janela
Em busca de um olhar
Um carinho
Uma face amigável
Neste mundo tão instável
De amor que aparece e desaparece
Onde a desgraça acontece
E a dor permanece
Mas há quem fique
Sozinho olhando para o chão
Contemplando uma poça de lágrimas
Um rio de sangue
O único mundo criado
Sobre este destino fechado
Para sempre na minha memória
Sem esperança ou escapatória.

Manto Negro

A noite cai mágica
Como um manto negro
Sobre este dia irreflectido
Em acções automatizadas
Por uma rotina diária
A noite é o meu refúgio
O meu momento de contemplação
Da lua que me guia nas trevas
E as estrelas que acompanham os desejos
Que belas são as estrelas que caiem na noite
Como o nevoeiro que acolhe o espírito dos mortos
Gosto da noite
Negra, misteriosa
Um espaço para a fantasia
Que se refugia do dia, da realidade
Os dias cinzentos de chuva e vento
Ainda mais ruídosos e frios
São para esquecer, renovar
Mas é hoje nesta noite mágica
Que me deixo cair, sonhar...

Anjos Caídos

Um anjo caído
Condenado a rastejar junto dos Homens
Um deus cruel que aterroriza as suas criaturas
Um deus do amor mas que no fim se mostra imparcial
Em vez de nos querer bem, quer o mal
Frio e distante do calor humano
Condenando criaturas tão perfeitas e delicadas
Os anjos da sua própria criação
Um erro seu que despeja com frieza
Mantendo a sua prol de escravos cumpridores
Selecta, condenadora e cruel
Provocadora de horrores.

Perdido Por Ti

Perdido por ti
Num sentimento assustador
Como quem deixa fugir
O medo da felicidade
Sofrendo até à exaustão
Neste cemitério de sombras
Olhando para céu
Em busca de respostas
Em busca de compreensão
De certezas e conforto
Lentamente afasto-me
Sem olhar para trás
Deixando apenas um rasto de sangue
Que marca o meu trilho
Até cair duro
Vazio e frio
Um olhar triste
Negro e ausente
De quem já não sente
E se deixa levar
Caído para nunca mais voltar.

Sombras Que Consomem

Sofro por desilusão
Sentimentos de desgosto
Nojo e frustração
Sinto que o céu negro como a noite
Está hoje mais obscurecido
E as nuvens insistentes
O cheiro a terra molhada
E o ar doce das flores embebidas
Tornam este momento choroso
Mais marcante, desconcertante, doloroso
Deitado no chão frio
No meio deste vazio
Enquanto as horas passam silenciosas
Esquecendo tudo e o mundo
As memórias passando ao lado
Como que um arrepio gelado
Preso no passado
Esquecido no presente
E invisível no futuro
Depois de uma passagem incontrolável
Tudo por mim responsável
Porque as pessoas têm de desaparecer
Magoar e sofrer?
Porque somos tão desprezíveis
Traindo os nossos sentimentos
E as emoções mais puras
Tornando-as das mais belas para as mais duras?
Porque se resolve abandonar a felicidade
Por um buraco sem esperança e solidão
Refugiando-nos no abrigo da introspecção?
Que nos consome a cada momento que passa e despassa
Obrigando-me a libertar as lágrimas
Que se consomem nestas sombras
Na tentativa de te encontrar
Um abraço, um olhar
A saudade desperta
Por uma memória re-descoberta
Para sempre calada
No frio da noite
Um paraíso caído
Intoxicado pela realidade
Por pesadelos sem piedade
Destes espectros que me assombram e consomem
Nas horas sozinhas de mim e dos outros
Numa inocência perdida para sempre
Na tentativa de parecer distante das emoções
Só vejo a saída
De deixar este mundo para trás
Em busca de uma outra e nova identidade
Desprendida da realidade.

domingo, 13 de julho de 2008

Lâminas Da Libertação

Deixado para trás no tempo
Sinto o meu ser aprisionado
Ao que deveria ter sido
E agora vejo acabado

Lâminas da libertação
Sujas de mim e do tempo
Meio de ilusão
Alivio,
Ostentação
Como fogo que queima
Num cintilar incandescente
Doloroso
Perfeito
Deslizando numa dor delicada
De um interior ferido
Desprezado e em agonia
Para terminar uma incompreensão
Um buraco negro na minha sanidade mental
Como um cancro que cresce
Espalhando-se para contaminar
O resto do meu ser
Um cancro que precisa de ser eliminado
Para travar o seu avanço
Um avanço doloroso
Que faz-me sentir a dor a abraçar-me
De todas as partes inimagináveis
E de tudo o que me atinge
Com uma intensidade insuportável, incontrolável
E agora condensada em todo o meu redor
Numa percepção de infinidade e tempo ilimitado
Agora distorcido pelo êxtase do sangramento
Que vem de fora e já antes derramava por dentro.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Eu Tentei

Os sons que ecoam
Na minha mente silenciosa
Embora confusa e triste
Sente que algo existe
Para além da minha percepção
Tento então perceber a razão
Neste pensar penetrante
Que é ter uma ilusão reconfortante.

Eu tentei tão arduamente
Tornar-me humano
Mas a única coisa que sinto
É arrependimento
Todos nós presos neste lugar
No fundo temos medo
De descobrir quem realmente somos.

Eu odeio-me profundamente
Pelas falhas cometidas
Pelo desespero das acções tomadas
Por todas as almas feridas
E o sofrimento que causei
Todo o amor que senti
Foi ténue e fraco
Pereceu perante este mundo
Que desvanece a meus olhos.

Alma

Lapidaste a minha alma
Para sempre marcada pela tua presença
Condenado com a mesma sentença
Num mundo obscurecido
Negado pela luz
Carregando a minha cruz
Em direcção a um abismo sem fundo
Silêncioso, profundo.

Distante De Mim

Sinto-te num outro eu
Neste silêncio da noite
Distante de mim
Eu perdi a minha voz
Uma lágrima de medo
Que cai em silêncio
Neste escuro assustador
Meio frio e ao mesmo tempo provocador.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Céu Azul?

Tu que dizes que o céu é azul
Neste mundo que me arrepia a espinha
E me eriça os cabelos
Que me provoca convulsões assustadoras
De medo e de dor sob a pele desprotegida
Onde gemidos ecoam pelos céus
Em desespero pelos que caiem em covas
Onde flores e campos verdes perecem
Sobre nuvens que cobrem a luz da esperança
Obscurecendo as palmas das mãos
Feridas de tanta batalha
Nesta vida de sobrevivência e luta constantes
Por uma felicidade ilusória e efémera
No entanto o único extase existente
Para além de uma vida que irá desaparecer
Como pó levado pelo vento
Para sempre sem deixar rasto.

sábado, 5 de julho de 2008

Anjo das Trevas

Sobre este temporal
De céu escuro e nuvens agitadas
Inundações e árvores arrancadas
Desce um anjo das trevas
Envolto em vestes negras e olhos brilhantes
Um ser insaciável de sofrimento e sangue humanos
Todos os ódios envolvidos numa só criatura sem alma
Os seus cabelos alvos e obscurecidos
De aparecência lisa e molhada
Escondem uma face dura e sombria
Descendo sobre um lago
De águas agitadas e escuras
Um lugar gelado e de morte presente
Agora em busca do descanço dos mortos.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Mosh!

Os corpos são fracos
Desfazem-se com a brutalidade
Sangue vaporiza no ar
Pele molha de tanto suar
Cheiro nauseabundo a entrenhas forçadas
Muita dor e pancadas
Extase e violência
Podridão e decadência
Eis o mosh criaturas das trevas!

terça-feira, 1 de julho de 2008

Horizonte Estrelado

Noites de esperança
E sentimentos
Visões e pensamentos
As estrelas acompanham o meu olhar
Para o fim do horizonte
Onde quero chegar
No fundo esqueço a escuridão
Que envolve a noite
Não é em vão
Que o universo gira à volta
Deste sentimento tão profundo
Ser compreendido pelo mundo
Fazer me expressar
Encontrar alguém e amar
Ser feliz e fazer algo pela humanidade
No fundo só quero o bem
A felicidade.

Um Silêncio

Os teus lábios
O teu beijar
Tão doce, tão ardente
Tão bom de acariciar
Um sentimento que me envolve
Que cresce e não se dissolve
Apenas se sente
Um olhar misterioso e alegre
Para onde me viro me persegue
Mãos dadas
Faces encostadas
Um silêncio
Um riso e sorriso
Uma brincadeira
Um aroma apaixonante
Uma palavra tocante
Um sentimento sem explicação
Apenas tocado e sentido pelo coração
Mesmo quando sais
Permanece a tua presença
A saudade, o aroma
O gosto na minha boca
E o teu toque nos meus lábios
No meu cabelo e na minha face.