domingo, 28 de dezembro de 2008

Gotas Que Escorrem

Gosto da cor das gotas de sangue,
Escorrendo delicadamente sobre a pele.
Fazem cócigas!
Como se de simples pétalas de rosa tratassem,
Ou lágrimas da face jorrassem...
Caindo também elas no frio do esquecimento,
Sem teus ombros que as amparassem.

Paixão Nocturna

Como é bom abrir a janela...
Deixar o ar fresco e húmido da noite entrar como nevoeiro misterioso.
Sentir os cheiros, um de cada vez e depois tentar misturá-los novamente num só aroma.
Como é bom sentir que o escuro nos acolhe e o silêncio da noite nos cobre de mistério e tranquilidade.

A Mulher

Vejo uma mulher de cabelos soltos,
Caminhando na minha direcção.
De atenção distraída cruza a rua para o outro lado.
Misteriosa, parece meditar em seus pensamentos.
Vira a esquina, não a vejo...
Deixei de a ver, onde irá?...
Já não sei dela, nem de seus pensamentos...
Provavelmente nunca soube de ambos.

Veneno

A vida morre à minha volta.
Triste vejo definhar o que é belo para mim...
Não consigo salvar-te.
Minhas palavras não chegam...
Sozinho, assisto friamente à tua própria destruição.
Este veneno que nos envolve,
Queima a pele por dentro
Infestando nossos corações,
Cansados de tanto esperar.
...
Porque choras tu?
Tão delicada...
Tão fraca existência.
Porque pereces tanto de um sentido para a vida?

Perdes-te na escuridão,
Por vezes sem pensar
Que tens todo um mundo lá fora.

As trevas são um refúgio,
Para quem não tem coragem
De encarar a realidade.
Porque me mentes quando eu sei da verdade?
Porque foges assim de mim e da felicidade?
Nunca te quis mal...

Absurda Tentativa

Escrevo inultimente as incertezas da minha vida.
Como um ritual para a minha fraca existência,
Numa absurda tentativa de gravar tão voláteis pensamentos.

Mentirosas Certezas

Não confio em certezas...
Pois certezas, são mentiras no meio de inconstantes verdades.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Eco Da Solidão

Sinto o eco da solidão
Bem no fundo do meu coração.
Preciso da tua atenção
Da intensidade toda de um re-encontro.
O desembrulhar de uma ilusão
Que se constrói todas as noites ao adormecer
E que se alimenta da esperança todos os dias ao acordar.
Como é bom sonhar,
E terrível acordar...

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Wings of Angel

The stars born in the night, just for you.
The ocean and the sky, colored with blue.
Grey days of rain, when you need to cry.
Sometimes, when you're lost, wings of angel to fly.

sábado, 20 de dezembro de 2008

Não Estou Sozinho

Estás em todo o lado para mim
Onde quer que eu olhe
És tu que vejo
Onde quer que esteja
Não estou sozinho.

Mesmo que um dia me abandones,
Vais continuar para sempre
No meu coração...

Juntos No Sonho

Tive um sonho
O sonho de uma paixão
Tu davas-me a mão
Voavamos com asas de amor
Juntos no sonho
Eramos felizes
Temos de ser sonhadores
Pois o sonho,
É a chave para a realidade.

Sonho Por Acreditar


Entristeço-me com a existência
Esqueço por vezes a tua presença
Que o maior tesouro está comigo
Que te tenho para mim
Que eu te amo e tu me amas
Que a nossa compreensão,
Vai muito além de qualquer problema ou tristeza
Que me perco a olhar para ti
A admirar a tua beleza.
Como me extasio com o calor do teu corpo,
O teu abraço forte
E as carícias ao luar.
Como é bom poder te beijar
Como estou errado,
Tendo-te a meu lado
E ainda assim pensar,
Que a vida é triste
Em vez de simplesmente
Me entregar...

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

A Sós

Do outro lado da serra
Olhando a noite obscurecida pela beleza invernal
Padeço do teu calor
Do teu olhar ternurento
Desenterro do coração os beijos
As memórias felizes de ti e de nós
Juntos não estamos sós
Mas ao mesmo tempo,
Temos o mundo por inteiro
Só para nós
Enquanto a lua vagueia pelas estrelas
Enfeitiçando os meus pensamentos
Recordo os momentos
Que partilhámos os dois
Com saudade liberto a lágrima
Que o coração deixou escapar
Sem olhar para trás
Idealizo o nosso momento
O nosso mundo outra vez
Consagrado no tempo
Nós dois novamente
A sós...

Triste Vida

Triste vida...
Porque a desejo tão curta?
Porque tento encurtar uma morte
Que se apresenta lenta e dolorosa?
Porque tento escapar tão desesperadamente
Desta minha maldição?
Triste vida...
Uma perda de tempo!
Enquanto as folhas caiem
Os teus olhos brilhantes embaçam
O teu sorriso desvanece
O amor turva
A razão enlouquece-me
E os humanos desiludem-me.
Triste vida...
Apático,
Vejo o mundo destruir-se à minha volta.
E então pergunto-me...
No fim, se tudo isto, realmente importa...

Jazigo

Deitado sobre o meu jazigo
Num dia marcado pela minha solidão
Vejo flores caídas sobre a terra escavada,
Anjos e inscrições sentidas,
Anoitece...
Esquecido gelo ao frio.
Será possível amar do outro lado?
Será a morte uma barreira imposta?
Senti toda a minha vida,
Hoje não tenho que chorar.
Este fim, é o realizar completo da minha existência.

Momentos Perdidos

Ofereces-me feridas todas as semanas
Novas lágrimas todas as noites
Sozinha contemplas com desespero a minha morte
Deixas caídas letras e rosas jamais oferecidas
Não chores quem nunca te abandonou
Não chores quem nunca viveu de todo
Pois agora, não é a morte que nos separa...
Chora antes a distância,
A frieza do toque ausente,
A lembrança dos beijos sentidos,
O aroma e olhar nos momentos,
Para sempre perdidos...

domingo, 14 de dezembro de 2008

Semente

Eu sou a semente;
Que espera por germinar
Quando o mundo lá fora me abraçar
Quando a compreensão surgir em chuvada
E o sol se esconder na enseada.

Eu sou a semente;
Que esconde todos os seus desejos
Que se fecha dos perigos lá fora
Que permanece no escuro
Para quando surgir a oportunidade
Renascer para a luz.

Eu sou a semente;
Que definha a cada dia que passa
A cada ausência de um sorriso teu
A cada espera por um abraço sentido
Talvez deva permanecer em latência
Apodrecendo sem esperança
Um abraço, um beijo...
Poderão nunca chegar.

Eu sou a semente;
Que pelos vistos não irá germinar...

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Tempo Incerto

O tempo incerto
Mistura as histórias passadas
Deitado revejo o mundo
Fechado no espaço presente
Realizo o destino que me cerca.

Despertas

Despertas em mim algo de novo
Tornas viva uma nova esperança
Re-acendes de novo o meu coração
Trazes uma nova alegria à minha vida
Novo é isto tudo que vivêncio.

Arrepio de Felicidade

É um sonho tão real
Que me arrepia de felicidade
Uma esperança que cresce a todo o momento
Uma dúvida que desaparece
Com a tua presença
Com o teu sorriso rasgado
Uma visão nova da existência
A cor que aparece no mundo,
Colorido pela tua mão
Um auge atingido por nós dois.

Clareira Silênciosa

Sobre esta clareira silênciosa
Suspiras de desejo
A silhueta do teu pescoço
Reflectindo teus olhos brilhantes.
Sinto o cheiro no ar
Trazido pelo vento nocturno
Juntos trocamos sensações.

Inquietude

Descrevo a inquietude dos sentimentos
Contorno intelectualmente as emoções
Escondo e tento lidar com a incerteza.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Alucinação Sangrenta

Sinto a agonia de saber
A alucinação de sonhar
A malícia de ser.
Sangrenta obsessão de matar.
Num mundo desconfiado
Tento eu a minha sobrevivência
Destruir e não ser apanhado
Eis a minha sapiência.

Afogado

Destruo-me lentamente
Esperando um fim demorado
Inspiro a toxina da vida
Afogado no próprio passado
Preso sem almejar um fim
Dissolvido neste passo de espera
Queria ter um tempo sossegado
E ter a morte?!
Quem me dera...

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

"Auto-psicografia"

As minhas noites são; ouvir música e contemplar a existência, sentir que na realidade existo e tudo o que me envolve...
Tocar guitarra clássica e eléctrica, explorar a infinidade de sons e melodias que me abraçam na melancolia de sentir...
Gosto de ver o mundo na sua realidade, na sua podridão e indiferença e ao mesmo tempo quando preciso, de o enfeitar com um olhar diferente para no fim o transcrever nos versos que inutilmente componho, na forma de estar que tento esconder ou no modo como sinto e tento viver...