terça-feira, 31 de maio de 2011

Ruas de Sangue

Perdido numa confusão de sentires,
Perdido num sonho hipnotizado
Onde penso dormir acordado.
Quero me encontrar de novo
Ser o Eu de outrora
Mas o passado permanece ancorado
Na minha mente pela vida fora.
Porque é que este sentir
Me deixa tão atordoado
Como ópio intravenoso
Como veneno injectado!

Remorsos, demónios e bruxas
Sangue derramado pelas ruas da noite
Escarros e cuspo, cabelos e vómito!
Horrores, mortes e crimes menores...
Deâmbulo por essas ruas
Numa aventura perigosa para me encontrar
Encontro o frio da noite, o medo e a escuridão
Onde o inferno afinal é gelado e silencioso
Só uns gritos de tempo a tempo
Umas facadas para elevar o animo
E as marcas ficam
Ardem pesado como a respiração da rua
Ou como as cicatrizes que esfolam a alma tua
Sem piedade,
Uma consciência nua
Sem humanidade, numa realidade pura e dura.