segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Tento Caminhar Sozinho

Tento caminhar sozinho
Descobrir um meio de sair deste lugar
Não te vejo e procuro-te sem fim
Preciso ser tocado mais uma vez
Desta vez não irei falhar
Terei o céu para mim
Morro um pouco mais
Cada vez que me afundo contigo
Fico sem ar
Cada vez que tento voar daqui
E não consigo.

Ritmo da Vida

Seguindo o ritmo da vida
Não tenho tempo para além de sonhar
Destinado a vaguear por pensamentos
Corroídos em nostalgia;
Tenebroso é este passado vazio
Coberto pela escuridão
Onde teimo eu, em vaguear...

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Temo

Temo o teu silêncio
É frio
Magoa a cada segundo
Arrastando-se lentamente
Sobre o eco do vazio
Escuridão desconhecida
No buraco negro da minha alma
Triste por não sentir o calor da tua presença
O tocar dos teus lábios
O suspiro da tua respiração
Preciso de gritar para que todos ouçam
A angústia que brota do meu coração
Não dá para conter a dor
As lembranças, as memórias felizes
Os sentimentos de paixão
Os momentos únicos de amor e calor
Esfriados agora em solidão
Momentos gravados para sempre
Que levarei comigo até à morte
Só ela levará de mim essas lembranças...

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Uma Última Vez

Fica comigo esta noite uma última vez
Surpreende este sofrimento com um beijo
Uma última despedida
Um último adeus
Dá-me um pouco do teu pescoço
Dos teus lábios e do teu seio
Liberta a tua paixão
A única testemunha do nosso atrevimento será esta vela pulsante e trémula
Deixa-te possuir como se uma hora fosse a eternidade
Um gemido, uma respiração quente e atribulada
Um desejo animal e um amor que se quer soltar...

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Mata-me

Deixa embriagar-me desta bebida, deste sofrimento e desta música
Deixa sentir o entorpecimento das emoções
Deixa que sejam a anestesia deste coração de faca espetada
Destas costas cobertas de suor e sangue coagulado de dor.
Deixa-me morrer de vez para descansar em paz
Deixa-me ser eu e continuar neste vácuo sem luz
Atira-me de vez contra a linha do comboio
Contra esta escarpa aguçada
Corta-me com essa faca no meu peito
Espeta-a até não houver mais onde abrir
Mata-me de vez nem que tenhas de cortar-me o pescoço e pisar-me a cara
Porque o que fizeste já me espetou mais o coração que essa faca que ainda seguras
E só não me matas com um sorriso porque a tua mão treme e não queres sujar as tuas mãos
Nem a tua perfeição enfeitada por essa camada de carne reluzente e olhos brilhantes
Que escondem essa tua raiva guardada...