domingo, 13 de janeiro de 2008

Estou num buraco sem fundo

Estou num buraco sem fundo
Neste estranho submundo
Onde me encontro em agonia
Que atmosfera tão fria
Dolorosa..
Ouço os mortos a sussurrar
Na sua triste e lenta decomposição
Alguns espectros que por ali passam
Ou simplesmente
Se encontram presos ao seu corpo
Sentem essa dilaceração
Onde larvas fazem festim
Eu não as culpo
Que lugar tão calmo
Ou aparentemente está
Mas no subsolo
Fernesim há
Mais à noite
Criaturas etérias e frias
Umas disformes outras esguias
Flutuam pelas campas
Umas pequenas outras amplas
Mas sempre escuras
Onde se escondem
Duras, realidades...
Aqueles que já partiram
Mas que serviram
De testemunho para os que deâmbulam cá
Paz, não há
Mas sim solidão
Com este senão
De espectros que nos observam
Outros que desesperam
Com seu triste olhar
De quem deseja estar
Num paraíso prometido
Ainda não esquecido
No coração daqueles
Que um dia querem estar.

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