quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Sonhos Poeirentos

Sonhos são feitos de poeira
Viciado em fantasia
Onde a morte rasteja atrás de mim
Com a sua doce foice
O meu coração pára
Tens uma pele branca como pérola
O teu olhar tão frio
Vejo-me ir atrás da escuridão
As trevas cantam esta melodia
Encantos delicados
O aroma a rosa branca
Ramos encurvados
E um olhar penetrante
Vejo o muro coberto de musgo
A chuva acolhe o solo
Sorri finalmente
Entrega a tua alma
A língua torce sons
Não percebo o teu dialecto
Nem o teu olhar penetrante
Continua a cavar
Mais fundo
Até bater na pedra
Até cheirar a podridão
O teu cabelo esfoaça
Tão negro e brilhante
Tão liso, tão bonito
Todas as palavras que ouvi
Todas as coisas que fiz
Se desvanecem agora
Perante a lua
As nuvens resmungam
Mergulho bem fundo
Uma mão fria se estende
E me agarra com força
Reparo numa esfera negra
Um anel, uma pedra polida
Deixa-me ir
Ouço este canto
Se o pudesses ouvir
Deixa-me ir
Não tenho mais forças
Para contrariar

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