sábado, 2 de maio de 2009

Finalmente

Tento abrir
Empurro com força
De forma inútil realizo eu por fim
Preso neste espaço confinado ao vazio
Está escuro como breu
Um cheiro envernizado a madeira nova
Sinto o pulsar da terra
Onde estarei eu?
Obcecado por abandonar este buraco
Cavado fundo no solo
De encontro às raízes entulhado
Como uma árvore aqui enraízado
Desejo sair ardentemente
Onde estou eu?
Começo a sufocar sem espaço
O que me aconteceu?
Estou de fato e laço
Cheira-me a novo
Cheira-me a flores
Que se passou comigo?
Toda a vida esperei por um caixão
Agora só desejo sair de novo
Inspirar o ar novo e fresco da noite
Soluço com desespero
Este meu fim inexplicado
Apenas preso até que finalmente
Dou por mim na cama acordado.

Sem comentários: