segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Mata-me

Deixa embriagar-me desta bebida, deste sofrimento e desta música
Deixa sentir o entorpecimento das emoções
Deixa que sejam a anestesia deste coração de faca espetada
Destas costas cobertas de suor e sangue coagulado de dor.
Deixa-me morrer de vez para descansar em paz
Deixa-me ser eu e continuar neste vácuo sem luz
Atira-me de vez contra a linha do comboio
Contra esta escarpa aguçada
Corta-me com essa faca no meu peito
Espeta-a até não houver mais onde abrir
Mata-me de vez nem que tenhas de cortar-me o pescoço e pisar-me a cara
Porque o que fizeste já me espetou mais o coração que essa faca que ainda seguras
E só não me matas com um sorriso porque a tua mão treme e não queres sujar as tuas mãos
Nem a tua perfeição enfeitada por essa camada de carne reluzente e olhos brilhantes
Que escondem essa tua raiva guardada...

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