Talvez seja da idade, mas já não tenho paciência para certas coisas.
Talvez seja da desilusão, mas já não te conheço.
Vejo-te a correr atrás de um vulto. A boca a mexer, mas não dizes nada.
Para mim já não és.
Um ruído de fundo.
Uma pedra no sapato.
Habituamo-nos a conviver com ela.
Talvez seja coisa boa.
O mundo não pára!
Todos nós seguimos caminhos diferentes, contudo caminhando para a mesma insignificância.
Daí advém a humildade de ser.
Fico triste por perceber que já não és.
Fico apático perante o estranho ser que se apresenta à minha frente.
Os mesmos pedaços de carne, o mesmo sangue, as mesmas memórias... Irónico esboço de ti.
Também mudei, também não sou o mesmo.
Do que me queixo então. O que me incomoda?
Talvez que ainda deâmbules por aí e não possa fazer o luto.
Um luto que fiz disfarçado.
Um luto que corroeu e não apaziguou.
Um luto que deixei para depois e que enganou.
Talvez seja de mim... Não, é de mim!
Há atitudes que me colocam esta interrogação.
Quem és tu?
Só encontro uma resposta.
Eras...
Em retrospectiva sorrio, porque a vida é um jogo onde as regras mudam sem cessar.
Onde os dogmas apodrecem quando menos esperamos.
Mas há coisas que nunca mudam, e para lá do horizonte, fica a incerteza, o desconhecido, uma esperança.
No fundo, isto é viver nas encruzilhadas da mente.
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