quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Dizem

Dizem que parar é morrer. Mas a morte até é um processo bastante dinâmico.
Um movimento, uma dança de opostos.
Prefiro cambalear entre os extremos, numa ilusória harmonia.
Um balanço premeditado, sem que eu tenha controlo sobre ele.
A vida é feita de expansão e contração. Sem darmos conta, tomamos decisões.
Seguimos escolhas que nos escolheram a nós. Pensamos ter voz. Mas somos vultos das palavras que proferimos. Das acções que tomamos.
Orações vazias, sobre a imensidão da noite. Só me resta contemplar. Ficar de queixo caído.
Encostar para trás e sentir os elementos. O resto é pó. São fantasmas. São angústias irreais.
Ser e não ter. Ver além das aparências e ainda assim desempenhar o papel dentro e fora dos bastidores.
A vida não tem aplausos. Mas tem gargalhadas, lágrimas, correria e momentos parados.
Tem muitas outras coisas mais, dependendo do guião. Sou um personagem, sou um amontoado de contornos. Mas diferente de muitas marionetas, vejo aquilo que o espelho não mostra.

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