I can´t see any life in your eyes. They are empty as a deep hole... No soul... No hope... A blue ice cold...
You just live, almost without life-force inside you...
I hear little whispers calling from within... A suffering of ages condense in a body, delicate and fragile, as the leafs that fall by winter breeze.
A struggle to wake up each day and to wonder each night. The stars and the moon are your only guides in this cold sky.
Death, your beautiful goddess.
I don't know if you see your own beauty, your pale face reflected in this distorted lake.
I see it each time I get stuck by your gaze... Knowing that blood and flesh can gives us comfort, but even that will perish and rot, only dry bones left through time, so I can visit you again, each full moon, getting out of my grave to let you a windy kiss...
segunda-feira, 31 de agosto de 2015
quinta-feira, 27 de agosto de 2015
Amor de Ilusão
As pessoas criam projecções, uma compilação de coisas boas sobre o outro.
Não amam o outro na sua totalidade, amam a projecção, amam a sua própria ilusão, uma imagem que criaram.
Quando o encantamento desaparece e a compilação de defeitos começa a ser construída, e existe apego a esta, aí os problemas começam. O outro é apenas defeitos. Qualquer desafio serve de ponta solta para uma discussão, para o sofrimento.
Esse sofrimento vem da ilusão. O que era céu e paraíso se torna inferno. A relação se degrada. Portanto quando se ouve a palavra, "amo-te", "gosto de ti". Cuidado... Não me amas.
Amas a projecção que tens de mim. Porque se é um verdadeiro desafio para mim próprio(a) conhecer o meu verdadeiro eu, sem condicionamentos, sem parcialidade. Como podes tu achar que me conheces?... Conheces sim. Mas só conheces aquilo que é falso. Conheces a projecção de mim para ti e de ti para mim. Mesmo que procures a colectividade para reafirmar esse pensamento e solidificares as tuas crenças.
Se nem tu que vives de perto sabes quem eu sou (e nem sabes quem tu és), como poderão os outros que escutam de longe saber do que falam?...
Não amam o outro na sua totalidade, amam a projecção, amam a sua própria ilusão, uma imagem que criaram.
Quando o encantamento desaparece e a compilação de defeitos começa a ser construída, e existe apego a esta, aí os problemas começam. O outro é apenas defeitos. Qualquer desafio serve de ponta solta para uma discussão, para o sofrimento.
Esse sofrimento vem da ilusão. O que era céu e paraíso se torna inferno. A relação se degrada. Portanto quando se ouve a palavra, "amo-te", "gosto de ti". Cuidado... Não me amas.
Amas a projecção que tens de mim. Porque se é um verdadeiro desafio para mim próprio(a) conhecer o meu verdadeiro eu, sem condicionamentos, sem parcialidade. Como podes tu achar que me conheces?... Conheces sim. Mas só conheces aquilo que é falso. Conheces a projecção de mim para ti e de ti para mim. Mesmo que procures a colectividade para reafirmar esse pensamento e solidificares as tuas crenças.
Se nem tu que vives de perto sabes quem eu sou (e nem sabes quem tu és), como poderão os outros que escutam de longe saber do que falam?...
Arrependimento
Preocupar é uma perda de tempo.
Como o nome indica é pré-ocupar!
E o arrependimento... Esse demónio danado...
Uma perda de tempo se nos corroemos com ele.
Mas também um bom professor, uma boa estalada para acordar.
Eu nem sempre me dou ao luxo de perder o meu precioso tempo com o arrependimento.
Mas quando o faço, por acasos da vida, parece que o mundo me cai em cima.
Todos aqueles medos e ansiedades que mergulham nas profundezas, aqueles sim, que todos os dias
evitamos a todo o custo, camuflamos, perfumamos com superficialidades e até outros comportamentos
auto-destrutivos, fugindo de nós, fugindo da reflexão, pois olhar para dentro, por vezes
pode ser doloroso. Surgem para nos assombrar.
Podería ter feito de maneira diferente?
O que teria mudado?
O arrependimento é um demónio sorridente e frio.
E as consequências dos nossos actos, causa-efeito, karma, como quiserem chamar.
são os lembradores que nos acordam do sono profundo e nos mostram da pior forma, aquilo que fizemos.
É então que pensamos que talvez não tenha sido tão boa ideia.
Podería fazer uma lista infindável de arrependimentos, Coisas que fiz e que deixei de fazer, que me incomodam.
Coisas para comigo, para com os outros, atitudes, pensamentos e até esquecimentos.
É nesses momentos que observo que uma parte de mim grita por socorro, por raiva e medo.
Um lado que todos temos, que nem sempre se manifesta, ou que pelo menos, nem sempre gostamos de admitir.
Tentamo-nos sedar das mais variadas formas para fugir a nós mesmos.
Sim, nós somos um todo, não apenas o mais bonito, ou socialmente aceitável ou até aquilo que gostamos
apenas de sublinhar como fazendo parte da nossa personalidade.
Porque há infindáveis espaços e gavetas de nós mesmos que fechamos à chave e não mostramos sequer ao amigo mais íntimo.
Há coisas que simplesmente são destruição. E se gostamos tanto de nos gabar, como humanos que somos,
da capacidade que temos em criar, amar, respeitar, ouvir, compreender. Também sabemos que no fundo,
temos a capacidade para fazer o oposto, ou pelo menos de o reprimir.
Como o nome indica é pré-ocupar!
E o arrependimento... Esse demónio danado...
Uma perda de tempo se nos corroemos com ele.
Mas também um bom professor, uma boa estalada para acordar.
Eu nem sempre me dou ao luxo de perder o meu precioso tempo com o arrependimento.
Mas quando o faço, por acasos da vida, parece que o mundo me cai em cima.
Todos aqueles medos e ansiedades que mergulham nas profundezas, aqueles sim, que todos os dias
evitamos a todo o custo, camuflamos, perfumamos com superficialidades e até outros comportamentos
auto-destrutivos, fugindo de nós, fugindo da reflexão, pois olhar para dentro, por vezes
pode ser doloroso. Surgem para nos assombrar.
Podería ter feito de maneira diferente?
O que teria mudado?
O arrependimento é um demónio sorridente e frio.
E as consequências dos nossos actos, causa-efeito, karma, como quiserem chamar.
são os lembradores que nos acordam do sono profundo e nos mostram da pior forma, aquilo que fizemos.
É então que pensamos que talvez não tenha sido tão boa ideia.
Podería fazer uma lista infindável de arrependimentos, Coisas que fiz e que deixei de fazer, que me incomodam.
Coisas para comigo, para com os outros, atitudes, pensamentos e até esquecimentos.
É nesses momentos que observo que uma parte de mim grita por socorro, por raiva e medo.
Um lado que todos temos, que nem sempre se manifesta, ou que pelo menos, nem sempre gostamos de admitir.
Tentamo-nos sedar das mais variadas formas para fugir a nós mesmos.
Sim, nós somos um todo, não apenas o mais bonito, ou socialmente aceitável ou até aquilo que gostamos
apenas de sublinhar como fazendo parte da nossa personalidade.
Porque há infindáveis espaços e gavetas de nós mesmos que fechamos à chave e não mostramos sequer ao amigo mais íntimo.
Há coisas que simplesmente são destruição. E se gostamos tanto de nos gabar, como humanos que somos,
da capacidade que temos em criar, amar, respeitar, ouvir, compreender. Também sabemos que no fundo,
temos a capacidade para fazer o oposto, ou pelo menos de o reprimir.
Caminho Para O Nada
O caminho para o nada.
Vivemos hipnotizados por esta sensação de individualidade.
Este sentimento de separação.
Este nó que se extende entre o rosto e o peito.
Cassetes que se repetem para si... Eu sou importante; os meus problemas, os meus prazeres, as minhas ações,
aparências... Prazer não é o mesmo que felicidade.
Vivemos hipnotizados por esta sensação de individualidade.
Este sentimento de separação.
Este nó que se extende entre o rosto e o peito.
Cassetes que se repetem para si... Eu sou importante; os meus problemas, os meus prazeres, as minhas ações,
aparências... Prazer não é o mesmo que felicidade.
Casebre Citadino
O sol tórrido sombreia as árvores e o calor a esgoto sobe e perfuma esta savana citadina.
Sinto cada pedra da calçada sob a sola gasta. Com cuidado evito a gravilha solta, quando o infortúnio acontece um latejar invade a extremidade e terminações nervosas da minha prótese biomecânica que viaja até ao meu cérebro neste atordoar sedativo. Uma dor aguda
que desperta e ao mesmo tempo entorpece os sentidos.
Mais à frente, os prados negros cobrem o solo e germinam em novos brotos, novos caminhos. Floresta de betão cansado... Fibras e sintéticos cobrem o meu corpo.
Os números digitais que vibram no meu pulso prevêem o chiar das linhas de ferro, as portas abrem e entro de forma automática procurando um poiso desocupado.
Viajo ao longo dos muros, das cercas e dos dormitórios que se erguem em sombras destemidas.
A flora nativa e exótica procuram uma simbiose. As horas seguintes são varridas e agitadas.
Danço ao ritmo do coração das máquinas que apitam. Danço para deixar um sorriso na boca daqueles que procuram ser atendidos e outros para que mais um dia seja cumprido, onde queixas, frustrações e denúncias surgem para me assombrar. Deixo a boca falar, deixo ela fazer o seu trabalho, emitindo as mesmas linhas sintáticas vezes sem conta. Poucos são os que valorizam.
Poucos querem saber. A preciosa pausa surge finalmente num frágil e agitado trago. O fumo invadindo as vias respiratórias, o caos e a destruição que inspiro para aliviar as incertezas de amanhã.
Uma esperança alimentada chama após chama. Volátil... Como a vida deve ser
Sinto cada pedra da calçada sob a sola gasta. Com cuidado evito a gravilha solta, quando o infortúnio acontece um latejar invade a extremidade e terminações nervosas da minha prótese biomecânica que viaja até ao meu cérebro neste atordoar sedativo. Uma dor aguda
que desperta e ao mesmo tempo entorpece os sentidos.
Mais à frente, os prados negros cobrem o solo e germinam em novos brotos, novos caminhos. Floresta de betão cansado... Fibras e sintéticos cobrem o meu corpo.
Os números digitais que vibram no meu pulso prevêem o chiar das linhas de ferro, as portas abrem e entro de forma automática procurando um poiso desocupado.
Viajo ao longo dos muros, das cercas e dos dormitórios que se erguem em sombras destemidas.
A flora nativa e exótica procuram uma simbiose. As horas seguintes são varridas e agitadas.
Danço ao ritmo do coração das máquinas que apitam. Danço para deixar um sorriso na boca daqueles que procuram ser atendidos e outros para que mais um dia seja cumprido, onde queixas, frustrações e denúncias surgem para me assombrar. Deixo a boca falar, deixo ela fazer o seu trabalho, emitindo as mesmas linhas sintáticas vezes sem conta. Poucos são os que valorizam.
Poucos querem saber. A preciosa pausa surge finalmente num frágil e agitado trago. O fumo invadindo as vias respiratórias, o caos e a destruição que inspiro para aliviar as incertezas de amanhã.
Uma esperança alimentada chama após chama. Volátil... Como a vida deve ser
Doce Primavera
Doce primavera que cobre os montes e vales com o seu manto florido. Delicadamente, solta gotas de orvalho sobre pétalas de flores, e pequenos raios de luz que pintam cores alegres e quentes com árvores debruçadas sobre as encostas. Verdes, cheias de vida, respiram com frescura todo este ar que varre os céus azuis claros, adocicado com todo este aroma novo de tons subtis e nuvens esvoaçantes...
A vida move-se ao ritmo do sol e da lua, ao ritmo da terra que baloiça sobre as estrelas. Esta dança encantada que acaricia os sentidos, em constante mudança, em constante improvisação.
Deleito-me como humilde criatura, perante a beleza dos seres, da chuva, das folhas e do vento que varrem este berço mágico.
O lugar onde posso confiar, me entregar. Tranquilo e sorridente. Aqui sim sinto-me em casa. Perco-me vezes em conta, atrás das núvens e através do tempo que corre lentamente...
A vida move-se ao ritmo do sol e da lua, ao ritmo da terra que baloiça sobre as estrelas. Esta dança encantada que acaricia os sentidos, em constante mudança, em constante improvisação.
Deleito-me como humilde criatura, perante a beleza dos seres, da chuva, das folhas e do vento que varrem este berço mágico.
O lugar onde posso confiar, me entregar. Tranquilo e sorridente. Aqui sim sinto-me em casa. Perco-me vezes em conta, atrás das núvens e através do tempo que corre lentamente...
Encruzilhadas Da Mente
Talvez seja da idade, mas já não tenho paciência para certas coisas.
Talvez seja da desilusão, mas já não te conheço.
Vejo-te a correr atrás de um vulto. A boca a mexer, mas não dizes nada.
Para mim já não és.
Um ruído de fundo.
Uma pedra no sapato.
Habituamo-nos a conviver com ela.
Talvez seja coisa boa.
O mundo não pára!
Todos nós seguimos caminhos diferentes, contudo caminhando para a mesma insignificância.
Daí advém a humildade de ser.
Fico triste por perceber que já não és.
Fico apático perante o estranho ser que se apresenta à minha frente.
Os mesmos pedaços de carne, o mesmo sangue, as mesmas memórias... Irónico esboço de ti.
Também mudei, também não sou o mesmo.
Do que me queixo então. O que me incomoda?
Talvez que ainda deâmbules por aí e não possa fazer o luto.
Um luto que fiz disfarçado.
Um luto que corroeu e não apaziguou.
Um luto que deixei para depois e que enganou.
Talvez seja de mim... Não, é de mim!
Há atitudes que me colocam esta interrogação.
Quem és tu?
Só encontro uma resposta.
Eras...
Em retrospectiva sorrio, porque a vida é um jogo onde as regras mudam sem cessar.
Onde os dogmas apodrecem quando menos esperamos.
Mas há coisas que nunca mudam, e para lá do horizonte, fica a incerteza, o desconhecido, uma esperança.
No fundo, isto é viver nas encruzilhadas da mente.
Talvez seja da desilusão, mas já não te conheço.
Vejo-te a correr atrás de um vulto. A boca a mexer, mas não dizes nada.
Para mim já não és.
Um ruído de fundo.
Uma pedra no sapato.
Habituamo-nos a conviver com ela.
Talvez seja coisa boa.
O mundo não pára!
Todos nós seguimos caminhos diferentes, contudo caminhando para a mesma insignificância.
Daí advém a humildade de ser.
Fico triste por perceber que já não és.
Fico apático perante o estranho ser que se apresenta à minha frente.
Os mesmos pedaços de carne, o mesmo sangue, as mesmas memórias... Irónico esboço de ti.
Também mudei, também não sou o mesmo.
Do que me queixo então. O que me incomoda?
Talvez que ainda deâmbules por aí e não possa fazer o luto.
Um luto que fiz disfarçado.
Um luto que corroeu e não apaziguou.
Um luto que deixei para depois e que enganou.
Talvez seja de mim... Não, é de mim!
Há atitudes que me colocam esta interrogação.
Quem és tu?
Só encontro uma resposta.
Eras...
Em retrospectiva sorrio, porque a vida é um jogo onde as regras mudam sem cessar.
Onde os dogmas apodrecem quando menos esperamos.
Mas há coisas que nunca mudam, e para lá do horizonte, fica a incerteza, o desconhecido, uma esperança.
No fundo, isto é viver nas encruzilhadas da mente.
quarta-feira, 26 de agosto de 2015
Mergulho
Mergulho na imensidão
Fria e intocavél
Retenho o folego
Não deixo fugirem as memórias
Inspiro esperança
Seguindo o fluxo do amor
Ninfas perdidas
Esquecidas no fundo
Cantam melodias
Doces notas
Sou conduzido até à superfície
Morto por um pouco de ar
Uma visão surge
O inesperado
O envolvente
Dois mundos unidos
Por um silêncio
Ecos escondidos me chamam
Ilusão?
Guardo esta concha
De punho fechado
É tempo de descontrair
Devolver o que não me pertence
Confiar
Soltar
Levado pela corrente
Pela maré
Pelo rebentar na areia
Ruídos, estrondos
Filamentos flutuantes
Aqui estou eu
Desafiado novamente
A caminhar de pé.
Fria e intocavél
Retenho o folego
Não deixo fugirem as memórias
Inspiro esperança
Seguindo o fluxo do amor
Ninfas perdidas
Esquecidas no fundo
Cantam melodias
Doces notas
Sou conduzido até à superfície
Morto por um pouco de ar
Uma visão surge
O inesperado
O envolvente
Dois mundos unidos
Por um silêncio
Ecos escondidos me chamam
Ilusão?
Guardo esta concha
De punho fechado
É tempo de descontrair
Devolver o que não me pertence
Confiar
Soltar
Levado pela corrente
Pela maré
Pelo rebentar na areia
Ruídos, estrondos
Filamentos flutuantes
Aqui estou eu
Desafiado novamente
A caminhar de pé.
Poço De Água Reluzente
Demónios que sussurram. Não no escuro da noite. Mas à claridade do dia.
Impiedosos, incansáveis, murmuram incertezas, descontentamento, envenenam a serenidade.
Ilusões com vida própria, pacientes e ousadas.
Pára um pouco, fecha os olhos, respira... relaxa... Observa o poço lamacento que carregas.
Consegues ouvir os ecos? Os gritos de desespero?
Esses demónios não são teus. Observa, são histórias, fantasias, lembranças, coisas que não existem...
Eles só se cristalizam com a crença. Um pensamento em que acreditas, tem
um outro magnetismo e dimensão, mas não passa de um pensamento.
Acreditar é a energia vital destes demónios, deste lixo psíquico...
Mas relaxa, a sujidade acenta, o poço limpa-se com serenidade e dedicação.
E a água limpa reluz saciando a tua sede.
Impiedosos, incansáveis, murmuram incertezas, descontentamento, envenenam a serenidade.
Ilusões com vida própria, pacientes e ousadas.
Pára um pouco, fecha os olhos, respira... relaxa... Observa o poço lamacento que carregas.
Consegues ouvir os ecos? Os gritos de desespero?
Esses demónios não são teus. Observa, são histórias, fantasias, lembranças, coisas que não existem...
Eles só se cristalizam com a crença. Um pensamento em que acreditas, tem
um outro magnetismo e dimensão, mas não passa de um pensamento.
Acreditar é a energia vital destes demónios, deste lixo psíquico...
Mas relaxa, a sujidade acenta, o poço limpa-se com serenidade e dedicação.
E a água limpa reluz saciando a tua sede.
Raios da Tarde (em Sintra)
Os últimos raios da tarde espelham a folhagem como medalhas reluzentes e prateadas.
Esboços do dia...
As árvores tacteiam o vento. O caminho de terra com adornos de pedra e pequenos malmequeres brancos e violeta, apresentam com boas vindas uma árvore esguia.
Os latidos do cão ecoam ao longe. Os telhados aguçados. A água a serpentear as pedras.
Robô
Sou um robô.
Sem dar conta, iludido pelo meu "livre arbítrio" e outras tantas teorias reconfortantes.
Até que ponto faço o que quero? Até que ponto faço o que preciso? Até que ponto faço o que devo?
Até que ponto, o que devo, quero ou preciso de fazer, tem mais força que o resto? Aquilo que simplesmente é e surge.
Mesmo aquilo que forçamos a ser, numa visão determinista, me embebedo de imparcialidade.
Avanço mecanizado, limitado em tantos níveis.
Tomara a muitos terem a loucura de tocar tais abismos e se verem perante o espelho da alma.
Um lago negro e turvo que rodopia e colapsa no epicentro. Quando tocado em serenidade, se esbate
como uma linha ténue e brilhante... Numa imensidão oceânica, totalmente branca e reluzente.
Nada metafísico... Apenas mental. E o mental contém o universo inteiro em si, assim como tantas outras dimensões internas que estão fechadas e apenas abrem ao cantigo do coração.
Este (Om) interno que ressoa e vibra subtilmente.
Será possível me dissecar de todos os antropocentrismos e percepções?
Talvez perante a morte, onde o corpo se dissocia e o nada surge de forma natural, bela e poética, tal como o nada
murmurava antes de ter nascido.
Sem dar conta, iludido pelo meu "livre arbítrio" e outras tantas teorias reconfortantes.
Até que ponto faço o que quero? Até que ponto faço o que preciso? Até que ponto faço o que devo?
Até que ponto, o que devo, quero ou preciso de fazer, tem mais força que o resto? Aquilo que simplesmente é e surge.
Mesmo aquilo que forçamos a ser, numa visão determinista, me embebedo de imparcialidade.
Avanço mecanizado, limitado em tantos níveis.
Tomara a muitos terem a loucura de tocar tais abismos e se verem perante o espelho da alma.
Um lago negro e turvo que rodopia e colapsa no epicentro. Quando tocado em serenidade, se esbate
como uma linha ténue e brilhante... Numa imensidão oceânica, totalmente branca e reluzente.
Nada metafísico... Apenas mental. E o mental contém o universo inteiro em si, assim como tantas outras dimensões internas que estão fechadas e apenas abrem ao cantigo do coração.
Este (Om) interno que ressoa e vibra subtilmente.
Será possível me dissecar de todos os antropocentrismos e percepções?
Talvez perante a morte, onde o corpo se dissocia e o nada surge de forma natural, bela e poética, tal como o nada
murmurava antes de ter nascido.
Sonhos Poeirentos
Sonhos são feitos de poeira
Viciado em fantasia
Onde a morte rasteja atrás de mim
Com a sua doce foice
O meu coração pára
Tens uma pele branca como pérola
O teu olhar tão frio
Vejo-me ir atrás da escuridão
As trevas cantam esta melodia
Encantos delicados
O aroma a rosa branca
Ramos encurvados
E um olhar penetrante
Vejo o muro coberto de musgo
A chuva acolhe o solo
Sorri finalmente
Entrega a tua alma
A língua torce sons
Não percebo o teu dialecto
Nem o teu olhar penetrante
Continua a cavar
Mais fundo
Até bater na pedra
Até cheirar a podridão
O teu cabelo esfoaça
Tão negro e brilhante
Tão liso, tão bonito
Todas as palavras que ouvi
Todas as coisas que fiz
Se desvanecem agora
Perante a lua
As nuvens resmungam
Mergulho bem fundo
Uma mão fria se estende
E me agarra com força
Reparo numa esfera negra
Um anel, uma pedra polida
Deixa-me ir
Ouço este canto
Se o pudesses ouvir
Deixa-me ir
Não tenho mais forças
Para contrariar
Viciado em fantasia
Onde a morte rasteja atrás de mim
Com a sua doce foice
O meu coração pára
Tens uma pele branca como pérola
O teu olhar tão frio
Vejo-me ir atrás da escuridão
As trevas cantam esta melodia
Encantos delicados
O aroma a rosa branca
Ramos encurvados
E um olhar penetrante
Vejo o muro coberto de musgo
A chuva acolhe o solo
Sorri finalmente
Entrega a tua alma
A língua torce sons
Não percebo o teu dialecto
Nem o teu olhar penetrante
Continua a cavar
Mais fundo
Até bater na pedra
Até cheirar a podridão
O teu cabelo esfoaça
Tão negro e brilhante
Tão liso, tão bonito
Todas as palavras que ouvi
Todas as coisas que fiz
Se desvanecem agora
Perante a lua
As nuvens resmungam
Mergulho bem fundo
Uma mão fria se estende
E me agarra com força
Reparo numa esfera negra
Um anel, uma pedra polida
Deixa-me ir
Ouço este canto
Se o pudesses ouvir
Deixa-me ir
Não tenho mais forças
Para contrariar
Tom Azulado
O tom azulado das estrelas
O vermelho que cintila, o branco, o amarelo...
Pulsares comunicantes na escuridão.
Nós podemos sentir a vastidão do universo olhando para o interior de nós mesmos, e quando
conseguimos estar completamente rendidos e acedemos a esse espaço o que descobrimos
é compaixão. Primeiro compaixão para connosco e depois brota para os outros. Familiares, amigos, conhecidos
e desconhecidos. O amor não se limita a ser projectado para o objecto do observador mas passa a ser o
próprio observador.
Então novas cores e notas vibram ao ritmo da vida, enquanto o momento se desenrola por si,
momento após momento, completamente desperto em si.
O vermelho que cintila, o branco, o amarelo...
Pulsares comunicantes na escuridão.
Nós podemos sentir a vastidão do universo olhando para o interior de nós mesmos, e quando
conseguimos estar completamente rendidos e acedemos a esse espaço o que descobrimos
é compaixão. Primeiro compaixão para connosco e depois brota para os outros. Familiares, amigos, conhecidos
e desconhecidos. O amor não se limita a ser projectado para o objecto do observador mas passa a ser o
próprio observador.
Então novas cores e notas vibram ao ritmo da vida, enquanto o momento se desenrola por si,
momento após momento, completamente desperto em si.
Um Punhado De Nada
Procuro tecer uma nova linha temporal
Para os que vivem no mundo plastificado
Onde o tempo é gravado em papel quadriculado
Cada passo medido, cada olhar controlado
Pretendo subir distorcido
Por um veio que ainda não foi encontrado
O preço é a loucura
Perder-me para outro lado
Que interesse tem
Que sabor se coze
Quando o temporizador dita
Quando já se sabe toda a ementa
Quando a criatividade morre
Quando a certeza tiraniza o real
Quando o real se transforma no prescrito
Quando o que tem de ser
Se afirma sem dúvidas perante o caldo da imaginação
Corte aqui
Corte ali
Corte que modela
Corte que limita
Corte que seleciona automaticamente
Mecanizado corte que recolhe
Recolhido com o cortar
As engrenagens forçam
O forçar produz
O produzido conduz
O conduzir na produção das engrenagens que forçam
Forçado pela condução produzida pelas engrenagens
Engrenado na condução da produção da força
Conduzido e forçado na engrenagem produtiva
Que produzir é forçar o espaço que permanecia intocado
Intocado na superfície mecanizada que ferra a engrenagem
Um átomo, dois átomos, biliões de átomos, átomos infinitos
Não sei, não consigo contar mais
Não consigo terminar a divisão
Divindindo o átomo infinitamente
Procurando a unidade na divisão
Quando ela só se encontra na união
Unido aqui
Unido ali
Unido de todos os lados sem diferença objectiva
Uma diferença que não pode ser entendida
O balanço entre o conhecimento e a ignorância
O peso medido entre os dois mundos
O da razão, o da expressão
Os sessenta minutos, o vento
As três horas e quatro minutos e cinco segundos e seis milésimos, o vento
O dia sete do oito de nove mil e quatrocentos e três, a neblina
Coisa
Feita
Dito
Assim
Sério
Saiu
Ficou
Aqui
É assim
Sem mais
É assim
Sem menos
É assim
Sem meios
É assim sem inícios
É assim sem finais
É assim num todo
É assim num ser
É assim num estar
É assim num sentir
É assim num perceber
É assim num imaginar
É assim numa prisão sintática
É assim porque as palavras aprisionam os significados
É assim porque o limite está estabelecido
É assim porque eu queria rasgar as letras
É assim porque queria ir mais além daquilo que pode ser
É assim porque o que podia ser não pode ser mais comunicado
É assim porque o verdadeiro, não pode permanecer
É assim porque comunicar além do pré-estabelecido não é possível
É uma prisão
É uma pena
É uma tristeza
É um desperdício
É estar limitado a observar o horizonte de longe
Sem nunca atravessar o outro lado
Quero expandir
Mas já está delimitado
Delimitado por quem?
Onde?
Aqui surge a armadilha
Aqui permanece o mistério
Aqui é o ponto de partida
Aqui é a crise do problema
Aqui se esconde a solução
Aqui irás morrer sem luz nos olhos
Aqui não enxergarás aquilo que procuras
Porque procuras aleatoriamente
Procuras sem saber
Procuras sem olhar
Procuras convencido de que é
E o que é
É um punhado de nada.
Um punhado de nada
Para os que vivem no mundo plastificado
Onde o tempo é gravado em papel quadriculado
Cada passo medido, cada olhar controlado
Pretendo subir distorcido
Por um veio que ainda não foi encontrado
O preço é a loucura
Perder-me para outro lado
Que interesse tem
Que sabor se coze
Quando o temporizador dita
Quando já se sabe toda a ementa
Quando a criatividade morre
Quando a certeza tiraniza o real
Quando o real se transforma no prescrito
Quando o que tem de ser
Se afirma sem dúvidas perante o caldo da imaginação
Corte aqui
Corte ali
Corte que modela
Corte que limita
Corte que seleciona automaticamente
Mecanizado corte que recolhe
Recolhido com o cortar
As engrenagens forçam
O forçar produz
O produzido conduz
O conduzir na produção das engrenagens que forçam
Forçado pela condução produzida pelas engrenagens
Engrenado na condução da produção da força
Conduzido e forçado na engrenagem produtiva
Que produzir é forçar o espaço que permanecia intocado
Intocado na superfície mecanizada que ferra a engrenagem
Um átomo, dois átomos, biliões de átomos, átomos infinitos
Não sei, não consigo contar mais
Não consigo terminar a divisão
Divindindo o átomo infinitamente
Procurando a unidade na divisão
Quando ela só se encontra na união
Unido aqui
Unido ali
Unido de todos os lados sem diferença objectiva
Uma diferença que não pode ser entendida
O balanço entre o conhecimento e a ignorância
O peso medido entre os dois mundos
O da razão, o da expressão
Os sessenta minutos, o vento
As três horas e quatro minutos e cinco segundos e seis milésimos, o vento
O dia sete do oito de nove mil e quatrocentos e três, a neblina
Coisa
Feita
Dito
Assim
Sério
Saiu
Ficou
Aqui
É assim
Sem mais
É assim
Sem menos
É assim
Sem meios
É assim sem inícios
É assim sem finais
É assim num todo
É assim num ser
É assim num estar
É assim num sentir
É assim num perceber
É assim num imaginar
É assim numa prisão sintática
É assim porque as palavras aprisionam os significados
É assim porque o limite está estabelecido
É assim porque eu queria rasgar as letras
É assim porque queria ir mais além daquilo que pode ser
É assim porque o que podia ser não pode ser mais comunicado
É assim porque o verdadeiro, não pode permanecer
É assim porque comunicar além do pré-estabelecido não é possível
É uma prisão
É uma pena
É uma tristeza
É um desperdício
É estar limitado a observar o horizonte de longe
Sem nunca atravessar o outro lado
Quero expandir
Mas já está delimitado
Delimitado por quem?
Onde?
Aqui surge a armadilha
Aqui permanece o mistério
Aqui é o ponto de partida
Aqui é a crise do problema
Aqui se esconde a solução
Aqui irás morrer sem luz nos olhos
Aqui não enxergarás aquilo que procuras
Porque procuras aleatoriamente
Procuras sem saber
Procuras sem olhar
Procuras convencido de que é
E o que é
É um punhado de nada.
Um punhado de nada
Dizem
Dizem que parar é morrer. Mas a morte até é um processo bastante dinâmico.
Um movimento, uma dança de opostos.
Prefiro cambalear entre os extremos, numa ilusória harmonia.
Um balanço premeditado, sem que eu tenha controlo sobre ele.
A vida é feita de expansão e contração. Sem darmos conta, tomamos decisões.
Seguimos escolhas que nos escolheram a nós. Pensamos ter voz. Mas somos vultos das palavras que proferimos. Das acções que tomamos.
Orações vazias, sobre a imensidão da noite. Só me resta contemplar. Ficar de queixo caído.
Encostar para trás e sentir os elementos. O resto é pó. São fantasmas. São angústias irreais.
Ser e não ter. Ver além das aparências e ainda assim desempenhar o papel dentro e fora dos bastidores.
A vida não tem aplausos. Mas tem gargalhadas, lágrimas, correria e momentos parados.
Tem muitas outras coisas mais, dependendo do guião. Sou um personagem, sou um amontoado de contornos. Mas diferente de muitas marionetas, vejo aquilo que o espelho não mostra.
Um movimento, uma dança de opostos.
Prefiro cambalear entre os extremos, numa ilusória harmonia.
Um balanço premeditado, sem que eu tenha controlo sobre ele.
A vida é feita de expansão e contração. Sem darmos conta, tomamos decisões.
Seguimos escolhas que nos escolheram a nós. Pensamos ter voz. Mas somos vultos das palavras que proferimos. Das acções que tomamos.
Orações vazias, sobre a imensidão da noite. Só me resta contemplar. Ficar de queixo caído.
Encostar para trás e sentir os elementos. O resto é pó. São fantasmas. São angústias irreais.
Ser e não ter. Ver além das aparências e ainda assim desempenhar o papel dentro e fora dos bastidores.
A vida não tem aplausos. Mas tem gargalhadas, lágrimas, correria e momentos parados.
Tem muitas outras coisas mais, dependendo do guião. Sou um personagem, sou um amontoado de contornos. Mas diferente de muitas marionetas, vejo aquilo que o espelho não mostra.
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