Não digam nada no meu funeral pois quero ser eu a ter a última palavra a dizer.
Enchuto os vermes e os roedores.
Doente com este meu corpo apodrecido.
Corpo sem esperança
Cadáver entumescido
Vampirizo a vontade de viver dos outros
Sugador de almas
Destruidor de sonhos
Frio corto o calor dos vivos
Para prolongar só mais um pouco a minha condenação.
Sou um barco condenado à deriva. Sem rumo.
Sem leme. Levado pela corrente até à cascata do fim da minha jornada
A caminho do abismo sem fundo.
Compreendo perfeitamente o caminho.
Curiosamente desejo o desconhecido e a minha condenação.
Tenho conhecimento do meu afundar neste abismo.
Ainda assim não luto para o impedir.
Deixo-me apenas afundar lentamente.
Neste mar negro que nunca viu o Sol nascer.
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1 comentário:
sombrio, mas parece descrever bem essa melancolia que a consciência da morte cria em nós.
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