O mundo luta contra mim
Destrói-me os sonhos de infância
Destrói a minha única esperança
A razão de viver sem medo
Cada vez mais percebo
As desilusões que me assolam
E os fantasmas que me consolam
Neste espaço vazio de mim
Agora percebo o problema da minha existência
Sou um cadáver deambulante
Uma alma por aqui errante
Que teme o conforto da felicidade
O gozo da dor me acompanha eternamente
Desejo as lágrimas que liberto
Desejo a dor que sinto
Desejo a desgraça do meu nascimento
E a maldição da minha vida
Tenho o obscuro porque desejo
Porque no fundo preciso de sofrer
Preciso de sentir as feridas bem fundo
Que sangram da minha alma
Que sangram do fundo do meu ser
Preciso de sentir o êxtase do sofrimento
Porque só a dor me faz sentir vivo
Só o sangue que escorre me prova
Minha própria existência
Mostra-me que não é um sonho
Sou eu
Sou real
A mágoa e a agonia que me sai do peito
Mostra que não sou ilusório nem perfeito
Apenas eu e mais nada
Tão perene como a geada
Fria e breve da madrugada.
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